Publicado 18/07/2023 12:43 | Atualizado 18/07/2023 12:45
O ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, que aspira voltar ao poder em 2024, foi condenado a quase 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro durante seu mandato (2009-2014), informou o órgão judicial nesta terça-feira, 18.
O tribunal "o condena à pena de 128 meses de prisão" e ao pagamento de uma multa no valor 19 milhões de dólares (91 milhões de reais na cotação atual), segundo a sentença, que pode ser contestada.
O ex-presidente qualificou repetidamente o processo como 'julgamento político manipulado' e 'perseguição política' para evitar que concorra às eleições presidenciais de 2024.
"Aqui há pessoas que fazem o indizível, violando a lei, a Constituição e ao sistema judicial apenas com o objetivo de tentar me inabilitar politicamente", disse Martinelli recentemente.
"Não vou me intimidar com esses cantos de sereia de um julgamento manipulado, vão ter que me matar", acrescentou.
A principal promotoria contra o crime organizado havia solicitado a pena máxima de 12 anos, que poderia ser ampliada a 18, por comprar em 2010, com dinheiro público, a maioria das ações da Editora Panamá América.
Segundo a acusação, a compra foi realizada através de um complexo esquema de sociedades no qual várias empresas depositaram um total de 43,9 milhões de dólares (212 milhões de reais). Esse dinheiro seria proveniente do pagamento de comissões, de até 10% sobre o contrato original, por obras de infraestrutura durante o governo de Martinelli.
Com parte desses fundos, Martinelli adquiriu a empresa de comunicação, cuja linha editorial defende desde então os feitos do ex-presidente.
Martinelli, de 71 anos, aspira voltar ao poder, embora tenha sido chamado a responder a outra ação, em agosto, por suposta lavagem de pagamentos de propinas feitos pela construtora brasileira Odebrecht.
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