Publicado 21/07/2023 19:21
Milhares de pessoas se manifestaram, nesta sexta-feira (21), no Iraque e Irã para denunciar a profanação do Alcorão na Suécia, que provocou um incêndio na embaixada do país escandinavo em Bagdá e uma grave crise diplomática.
Convocadas pelo influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr, centenas de pessoas protestaram nesta sexta-feira em Bagdá após a oração.
O Ministério das Relações Exteriores da Suécia anunciou que repatriou temporariamente os funcionários da embaixada em Bagdá para Estocolmo por razões de segurança.
Estocolmo foi palco de duas recentes profanações do Alcorão, a primeira no final de junho e a última na quinta-feira, ambas protagonizadas por um refugiado iraquiano, Salwan Momika, de 37 anos.
Na quinta-feira, ele pisoteou e rasgou uma cópia do livro sagrado para os muçulmanos, embora sem incendiá-la, como havia anunciado que faria.
A polícia sueca autorizou o ato em nome da liberdade de reunião e expressão, mas alegou que isso não significa que aprove os atos do refugiado iraquiano.
Em junho, Momika queimou várias páginas do livro em frente a uma mesquita na capital sueca.
Na capital iraquiana, os manifestantes se reuniram em uma avenida no bairro de Madinet Sadr, gritando "sim, sim ao Islã", "sim, sim ao Alcorão" e "sim, sim ao Iraque", observou um correspondente da AFP.
Os manifestantes também queimaram bandeiras do arco-íris. O líder xiita Moqtada Sadr viu nisso uma forma de irritar os ocidentais e de denunciar a "dupla moral" que consiste, segundo ele, em defender a comunidade LGBTQIA+ e ao mesmo tempo autorizar, como foi o caso na Suécia, a profanação do Alcorão.
"Com esta manifestação queremos fazer a nossa voz chegar à ONU, para obter a sanção por toda profanação dos livros sagrados, do Islã, do Cristianismo e do Judaísmo", disse Amer Shemal, funcionário municipal de Madinet Sadr.
Em Teerã, centenas de manifestantes saíram às ruas carregando bandeiras iranianas e cópias do Alcorão, cantando "Abaixo os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e Suécia". Alguns também incendiaram bandeiras suecas.
Também houve protestos no Líbano, onde centenas de pessoas se reuniram em frente a várias mesquitas em um subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, o grupo político armado xiita. O exército reforçou as medidas de segurança nos arredores da embaixada sueca.
Crise diplomática
Convocadas pelo influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr, centenas de pessoas protestaram nesta sexta-feira em Bagdá após a oração.
O Ministério das Relações Exteriores da Suécia anunciou que repatriou temporariamente os funcionários da embaixada em Bagdá para Estocolmo por razões de segurança.
Estocolmo foi palco de duas recentes profanações do Alcorão, a primeira no final de junho e a última na quinta-feira, ambas protagonizadas por um refugiado iraquiano, Salwan Momika, de 37 anos.
Na quinta-feira, ele pisoteou e rasgou uma cópia do livro sagrado para os muçulmanos, embora sem incendiá-la, como havia anunciado que faria.
A polícia sueca autorizou o ato em nome da liberdade de reunião e expressão, mas alegou que isso não significa que aprove os atos do refugiado iraquiano.
Em junho, Momika queimou várias páginas do livro em frente a uma mesquita na capital sueca.
Na capital iraquiana, os manifestantes se reuniram em uma avenida no bairro de Madinet Sadr, gritando "sim, sim ao Islã", "sim, sim ao Alcorão" e "sim, sim ao Iraque", observou um correspondente da AFP.
Os manifestantes também queimaram bandeiras do arco-íris. O líder xiita Moqtada Sadr viu nisso uma forma de irritar os ocidentais e de denunciar a "dupla moral" que consiste, segundo ele, em defender a comunidade LGBTQIA+ e ao mesmo tempo autorizar, como foi o caso na Suécia, a profanação do Alcorão.
"Com esta manifestação queremos fazer a nossa voz chegar à ONU, para obter a sanção por toda profanação dos livros sagrados, do Islã, do Cristianismo e do Judaísmo", disse Amer Shemal, funcionário municipal de Madinet Sadr.
Em Teerã, centenas de manifestantes saíram às ruas carregando bandeiras iranianas e cópias do Alcorão, cantando "Abaixo os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e Suécia". Alguns também incendiaram bandeiras suecas.
Também houve protestos no Líbano, onde centenas de pessoas se reuniram em frente a várias mesquitas em um subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, o grupo político armado xiita. O exército reforçou as medidas de segurança nos arredores da embaixada sueca.
Crise diplomática
A diplomacia britânica denunciou em nota "a queima de livros e a profanação do Alcorão em Estocolmo" e descreveu atos "profundamente insultantes (...) e totalmente inadequados".
Arábia Saudita e Irã, dois pesos pesados na região, convocaram os representantes das legações diplomáticas suecas, assim como a Jordânia.
"Repetir essas ações usando o pretexto da liberdade de expressão é inaceitável e injustificável", disse o chefe da diplomacia iraniana, Hosein Amir-Abdollahian, em conversa por telefone com seu homólogo sueco.
Logo depois, o diplomata declarou que não permitirá a entrada de um novo embaixador sueco no país, a menos que a Suécia tome "medidas concretas" para evitar novas profanações.
Esses atos causaram uma grave crise diplomática entre a Suécia e o Iraque.
Bagdá anunciou na quinta-feira a suspensão da licença da gigante tecnológica sueca Ericsson, embora um assessor do primeiro-ministro, Farhad Alaaldin, tenha afirmado nesta sexta que "nenhuma empresa foi suspensa, nem mesmo a Ericsson".
É a segunda vez que os apoiadores de Moqtada Sadr invadem a embaixada sueca em Bagdá, que foi incendiada na madrugada de quinta-feira.
No mesmo dia, o governo iraquiano decretou a expulsão da embaixadora sueca.
"A expulsão da embaixadora é pouco, queremos mais", disse o manifestante Sabbah al Tai, de 45 anos, que disse ter participado do último ataque à missão diplomática sueca, nesta sexta-feira em Madinet Sadr.
Com este protesto, foi mais uma vez revelada a capacidade de mobilização de Moqtada Sadr, cujos apoiadores invadiram o Parlamento em Bagdá no verão de 2022, em um contexto de tensão pela nomeação de um novo primeiro-ministro.
Arábia Saudita e Irã, dois pesos pesados na região, convocaram os representantes das legações diplomáticas suecas, assim como a Jordânia.
"Repetir essas ações usando o pretexto da liberdade de expressão é inaceitável e injustificável", disse o chefe da diplomacia iraniana, Hosein Amir-Abdollahian, em conversa por telefone com seu homólogo sueco.
Logo depois, o diplomata declarou que não permitirá a entrada de um novo embaixador sueco no país, a menos que a Suécia tome "medidas concretas" para evitar novas profanações.
Esses atos causaram uma grave crise diplomática entre a Suécia e o Iraque.
Bagdá anunciou na quinta-feira a suspensão da licença da gigante tecnológica sueca Ericsson, embora um assessor do primeiro-ministro, Farhad Alaaldin, tenha afirmado nesta sexta que "nenhuma empresa foi suspensa, nem mesmo a Ericsson".
É a segunda vez que os apoiadores de Moqtada Sadr invadem a embaixada sueca em Bagdá, que foi incendiada na madrugada de quinta-feira.
No mesmo dia, o governo iraquiano decretou a expulsão da embaixadora sueca.
"A expulsão da embaixadora é pouco, queremos mais", disse o manifestante Sabbah al Tai, de 45 anos, que disse ter participado do último ataque à missão diplomática sueca, nesta sexta-feira em Madinet Sadr.
Com este protesto, foi mais uma vez revelada a capacidade de mobilização de Moqtada Sadr, cujos apoiadores invadiram o Parlamento em Bagdá no verão de 2022, em um contexto de tensão pela nomeação de um novo primeiro-ministro.
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