Tufão Doksur afeta o território chinês do sudeste para o norte desde a última sexta-feiraAFP
Publicado 01/08/2023 09:57
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Pelo menos 20 pessoas morreram e 19 estão desaparecidas devido às fortes chuvas que afetam Pequim e arredores, onde há bairros inteiros inundados e ruas bloqueadas, informou a imprensa estatal nesta terça-feira, 1º.

As fortes chuvas já deixaram 11 mortos em Pequim e nove na província vizinha de Hebei, anunciou o canal estatal 'CCTV'.

Entre as pessoas desaparecidas, 13 são de Pequim e seis de Hebei. Anteriormente foram reportados 27 desaparecidos na capital chinesa, mas 14 foram encontrados a salvo, disse a 'CCTV'.

O tufão Doksuri, rebaixado para a categoria de tempestade, afeta o território chinês do sudeste para o norte desde sexta-feira, 28, quando tocou o solo na província de Fujian, depois de passar pelas Filipinas.

As chuvas torrenciais chegaram no sábado, 29, a Pequim e arredores e, em apenas 40h, caiu o equivalente a média para todo o mês de julho.

Alguns distritos semirrurais de Pequim foram afetados mais gravemente pelas tempestades, de intensidade inédita na capital chinesa nos últimos anos.

Mais de 100 mil pessoas, dos 22 milhões de habitantes de Pequim, foram retiradas de zonas de risco, segundo o jornal estatal 'Global Times'.

Muito mais grave
Às margens do rio Mentougou, que atravessa o distrito de mesmo nome, um dos mais afetados pelas enchentes em Pequim, segundo jornalistas da AFP, as ruas estavam cobertas por escombros e lama.

Um idoso disse à AFP que essas inundações são "muito mais graves" que as de julho de 2012, quando 79 pessoas morreram em Pequim, e dezenas de milhares abandonaram suas residências.

"É um desastre natural, não se pode fazer nada. Temos que trabalhar muito para reconstruir tudo", disse à AFP Qi, um homem de cerca de 20 anos que esperava um táxi com sua avó.

Correspondentes da AFP observaram uma dezena de veículos com destino a Mentougou, entre eles, caminhões-pipa e escavadeiras para limpar trechos de estradas bloqueadas.

O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta quarta-feira "todos os esforços possíveis" para evitar mais mortos e resgatar as pessoas "desaparecidas ou bloqueadas", informaram os meios estatais.

As autoridades locais "devem fazer um bom trabalho para atender aos feridos" e "realojar os afetados, reparar rapidamente as infraestruturas de transporte, comunicações e eletricidade danificadas", acrescentou Xi.

A 'CCTV' divulgou imagens de ônibus submersos pela cheia no distrito rural da Fangshan, também no oeste de Pequim.

Salvamento 
Em Mentougou, quase 15.000 casas ficaram sem água corrente e as autoridades enviaram 45 caminhões-pipa para garantir o fornecimento emergencial, informou nesta terça o Beijing Daily, um jornal do Partido Comunista.

Wang Yongkun, um florista, de 62 anos, empilhou sacos de areia na porta de sua loja, mas não conseguiu impedir a entrada da lama. "Começamos a limpar ontem à tarde (...) e hoje nos levantamos às sete para continuar", relatou.

O governo enviou helicópteros militares com 26 soldados à zona de Mentougou para fornecer comida, água, cobertores e capas de chuva aos passageiros de alguns trens que ficaram bloqueados, segundo a 'CCTV'.

Pequim e a província de Hebei estavam em alerta vermelho devido ao risco de perigosas enchentes e deslizamentos de terra.

No domingo, 30, na cidade de Handan, 400 km ao sul da capital, equipes de resgate conseguiram, com ajuda de um guindaste, resgatar um homem de seu carro cercado por água antes que o carro fosse arrastado pela corrente.

A China enfrenta um ano de condições meteorológicas extremas e temperaturas recordes, dois eventos que, segundo os cientistas, são agravados pela mudança climática.

Os serviços meteorológicos indicam que as chuvas podem enfraquecer, mas o país se prepara para a chegada de um novo furacão, o Khanun, que se aproxima da costa leste.
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