Ex-presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpAFP
Publicado 03/08/2023 09:26
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O ex-presidente Donald Trump, grande favorito para vencer a disputa republicana para disputar as eleições presidenciais de 2024, deve comparecer nesta quinta-feira, 3, a um tribunal de Washington depois de ter sido acusado de conspiração para tentar reverter o resultado da votação de 2020.
Em um texto de 45 páginas publicado na terça-feira, 1º, o promotor especial Jack Smith acusou Trump de minar as bases da democracia americana ao tentar alterar a apuração dos votos nas eleições presidenciais, um indiciamento sem precedentes e particularmente grave considerando que ele era o presidente em exercício no momento.

As outras acusações criminais apresentadas contra ele este ano, uma por fraude contábil após o pagamento de dinheiro a uma atriz pornô para comprar seu silêncio e outra por ter colocado em perigo a segurança nacional com a gestão negligente de documentos confidenciais, correspondem a um período anterior e posterior a seu mandato.

O tribunal onde serão lidas as acusações fica perto do Capitólio, a sede do Congresso dos Estados Unidos, que foi atacado por centenas de partidários de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021 em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

O ataque foi "incentivado pelas mentiras" que o acusado divulgou durante meses sobre uma suposta fraude eleitoral a favor de Joe Biden, declarou Smith depois de anunciar o indiciamento.

A audiência está prevista para às 16h locais (17h no horário de Brasília). As câmeras e os veículos de dezenas de meios de comunicação já foram posicionados diante do tribunal.

Mais apoio do que nunca 
O promotor afirmou na terça-feira que deseja um "julgamento sem demora", o que significa que poderia coincidir com a campanha das eleições presidenciais de 2024, e talvez com Trump como candidato. No momento, ele é o grande favorito das primárias republicanas. Até o momento, o impacto da nova acusação para sua candidatura é desconhecido.

O ex-presidente já denunciou uma "caça às bruxas", uma nova "interferência eleitoral" e o "uso político" da justiça para impedir sua candidatura. E insiste, sem apresentar qualquer prova, que uma "fraude" ocorreu nas eleições de 2020.

Na quarta-feira, ele se mostrou combativo ao afirmar que "nunca antes tive tanto apoio", em uma mensagem publicada em sua plataforma Truth Social.

Segundo ele, a acusação "revelou ao mundo a corrupção, o escândalo e o fracasso que aconteceram nos Estados Unidos durante os últimos três anos", sob o mandato de seu sucessor.

Apesar dos problemas judiciais, Trump conta com a lealdade de um amplo setor de seu partido. Ele mantém uma vantagem considerável nas pesquisas para a indicação republicana, muito à frente do rival mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis.

E esta pode não ser sua última dor de cabeça judicial. A Promotoria da Geórgia também investiga se Trump tentou alterar ilegalmente o resultado das eleições de 2020 no estado do sul do país.
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