Publicado 13/08/2023 20:12
Em meio à crise econômica e com uma dose de ceticismo, os argentinos foram votar maciçamente, neste domingo, 13, nas eleições primárias para definir seus candidatos às presidenciais de outubro, nas quais será escolhido o sucessor de Alberto Fernández.
A aliança governista Unión por la Patria (peronismo) alinhou-se com a candidatura do ministro da Economia, Sergio Massa, um advogado de 51 anos que tem boas relações com diversos atores do poder, sejam empresários, sindicatos, ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ele é desafiado por Juan Grabois, um líder dos movimentos sociais próximo ao papa Francisco que se candidata pela primeira vez e pretende refletir a ala esquerda do peronismo.
Já na coalizão oposicionista Juntos por el Cambio (centro-direita), ocorre uma verdadeira batalha entre o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, de 57 anos, e a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, de 67, duas figuras entre a moderação e a intransigência que exaltaram suas diferenças ao longo da campanha.
"É uma eleição em aberto, e esse resultado definirá o novo cenário eleitoral. Rodríguez Larreta atrai um eleitor não politizado, Patricia Bullrich é o contrário", disse à AFP o cientista político Carlos Fara.
Depois de anos imersos na polarização, para os argentinos esta eleição será a primeira sem os ex-presidentes Cristina Kirchner ou Mauricio Macri, figuras tutelares do partido governista e da oposição.
A votação começou às 08h locais (mesmo horário em Brasília) e se estendeu até as 18h, quando as seções eleitorais fecharam. Até as 17h, tinham votado 61,5% dos mais de 35 milhões eleitores habilitados a votar.
Na cidade de Buenos Aires, onde foi usado o voto eletrônico, problemas técnicos atrasaram o processo e, por isso, permitiu-se estendê-lo até as 19h30 nas seções onde ainda houver pessoas na fila.
Mais à direita
A aliança governista Unión por la Patria (peronismo) alinhou-se com a candidatura do ministro da Economia, Sergio Massa, um advogado de 51 anos que tem boas relações com diversos atores do poder, sejam empresários, sindicatos, ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ele é desafiado por Juan Grabois, um líder dos movimentos sociais próximo ao papa Francisco que se candidata pela primeira vez e pretende refletir a ala esquerda do peronismo.
Já na coalizão oposicionista Juntos por el Cambio (centro-direita), ocorre uma verdadeira batalha entre o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, de 57 anos, e a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, de 67, duas figuras entre a moderação e a intransigência que exaltaram suas diferenças ao longo da campanha.
"É uma eleição em aberto, e esse resultado definirá o novo cenário eleitoral. Rodríguez Larreta atrai um eleitor não politizado, Patricia Bullrich é o contrário", disse à AFP o cientista político Carlos Fara.
Depois de anos imersos na polarização, para os argentinos esta eleição será a primeira sem os ex-presidentes Cristina Kirchner ou Mauricio Macri, figuras tutelares do partido governista e da oposição.
A votação começou às 08h locais (mesmo horário em Brasília) e se estendeu até as 18h, quando as seções eleitorais fecharam. Até as 17h, tinham votado 61,5% dos mais de 35 milhões eleitores habilitados a votar.
Na cidade de Buenos Aires, onde foi usado o voto eletrônico, problemas técnicos atrasaram o processo e, por isso, permitiu-se estendê-lo até as 19h30 nas seções onde ainda houver pessoas na fila.
Mais à direita
A novidade desta eleição está por conta do libertário Javier Milei, um economista de 52 anos de extrema direita que pretende se firmar como a terceira força nacional com um discurso agressivo contra o que chama de “casta política”.
Facundo Cardozo, um gerente de vendas de 27 anos, acha que as coisas vão tão mal que a proposta de Milei é a melhor. "É preciso quebrar o que está montado para depois juntar as peças outra vez e recomeçar", comentou.
Nas eleições legislativas de 2021, sua primeira eleição, o partido La Libertad Avanza, de Milei, foi o terceiro partido com mais votos na cidade de Buenos Aires, com 17%.
Milei "é reflexo do desencanto que levou muitos eleitores a desacreditarem dos partidos políticos", comentou Juan Negri, professor de Ciência Política da Universidade Torcuato di Tella.
"Após o fracasso do governo de Mauricio Macri (2015-19), muitos se voltaram para uma direita mais radical", disse Negri.
A crise
Facundo Cardozo, um gerente de vendas de 27 anos, acha que as coisas vão tão mal que a proposta de Milei é a melhor. "É preciso quebrar o que está montado para depois juntar as peças outra vez e recomeçar", comentou.
Nas eleições legislativas de 2021, sua primeira eleição, o partido La Libertad Avanza, de Milei, foi o terceiro partido com mais votos na cidade de Buenos Aires, com 17%.
Milei "é reflexo do desencanto que levou muitos eleitores a desacreditarem dos partidos políticos", comentou Juan Negri, professor de Ciência Política da Universidade Torcuato di Tella.
"Após o fracasso do governo de Mauricio Macri (2015-19), muitos se voltaram para uma direita mais radical", disse Negri.
A crise
Embora quase sempre tenham vivido em uma economia em crise, os argentinos sofrem neste momento com os piores indicadores em 30 anos: a inflação interanual é de 115%, uma das mais altas do mundo; a pobreza atinge 40% da população de mais de 45 milhões de habitantes; e a moeda local, o peso, está se desvalorizando a um ritmo cada vez mais rápido (17% no último mês).
"Quero o melhor para meus netos, mas não tenho muitas esperanças. São todos apolíticos, só pensam em deixar o país", disse Isabel Asebal, de 77 anos, em uma seção eleitoral de Buenos Aires.
Mariana López, uma nutricionista de 45 anos, que foi votar com sua filha de 8, expressou um desejo similar.
"Do próximo governo, quero que estimule os jovens a ficarem no país. A Argentina é um país muito bonito, mas tem que recuperar os valores da educação e do trabalho", disse.
A Argentina é a terceira maior economia da América Latina e um importante exportador mundial de alimentos. Ao mesmo tempo, tem de cumprir um acordo de 44 bilhões de dólares (R$ 216 bilhões, na cotação atual) com o FMI.
"A Argentina está em declínio econômico há mais de 10 anos, em uma crise que se agrava lentamente. Há uma crescente insatisfação do eleitorado, em um país que tinha identidades políticas claras. A eleição deste ano é chave, devido à necessidade de os eleitores de que haja uma mudança, mas também para que os políticos mudem", disse Negri.
Nestas eleições, estão aptos a votar mais de 35 milhões de pessoas, que também vão eleger os candidatos às eleições legislativas parciais que renovam parte do Congresso, a prefeitura da capital e o governo da província de Buenos Aires.
"Quero o melhor para meus netos, mas não tenho muitas esperanças. São todos apolíticos, só pensam em deixar o país", disse Isabel Asebal, de 77 anos, em uma seção eleitoral de Buenos Aires.
Mariana López, uma nutricionista de 45 anos, que foi votar com sua filha de 8, expressou um desejo similar.
"Do próximo governo, quero que estimule os jovens a ficarem no país. A Argentina é um país muito bonito, mas tem que recuperar os valores da educação e do trabalho", disse.
A Argentina é a terceira maior economia da América Latina e um importante exportador mundial de alimentos. Ao mesmo tempo, tem de cumprir um acordo de 44 bilhões de dólares (R$ 216 bilhões, na cotação atual) com o FMI.
"A Argentina está em declínio econômico há mais de 10 anos, em uma crise que se agrava lentamente. Há uma crescente insatisfação do eleitorado, em um país que tinha identidades políticas claras. A eleição deste ano é chave, devido à necessidade de os eleitores de que haja uma mudança, mas também para que os políticos mudem", disse Negri.
Nestas eleições, estão aptos a votar mais de 35 milhões de pessoas, que também vão eleger os candidatos às eleições legislativas parciais que renovam parte do Congresso, a prefeitura da capital e o governo da província de Buenos Aires.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.