Publicado 12/09/2023 18:23
Um funcionário da Procuradoria-Geral do México foi assassinado nesta terça-feira, 12, no estado de Guerrero (sul), três dias depois de um promotor também ter sido morto nessa região duramente atingida pelo narcotráfico, informaram as autoridades.
Fernando García, delegado da Procuradoria-Geral da República (FGR, pela sigla em espanhol), foi atacado a tiros na cidade de Chilpancingo, capital de Guerrero, quando ia para o trabalho em uma caminhonete.
O funcionário colidiu contra um portão de um bairro residencial, segundo imagens que mostram o veículo com as janelas quebradas pelos disparos.
Policiais e soldados da Guarda Nacional militarizada isolaram a área para recolher evidências, de acordo com um comunicado do Ministério Público estadual.
O assassinato de García ocorreu apenas três dias depois do assassinato de Victor Manuel Salas, promotor da conturbada sub-região de Tierra Caliente, também em Guerrero.
Tenente-coronel do Exército mexicano, Salas havia assumido a função dias antes do crime, segundo relatos oficiais e da imprensa local, que assegurou que o funcionário havia sido executado por integrantes da Família Michoacana, uma das organizações do narcotráfico que opera na região.
A região de Tierra Caliente é composta por localidades nos estados de Guerrero, Michoacán e Estado do México, este último fronteiriço com a Cidade do México.
Ante o aumento da violência, em maio passado, o governo lançou uma operação militar em Tierra Caliente para proteger a população das atividades de grupos do narcotráfico e dos conflitos entre esses grupos e as chamadas "autodefesas", formadas por civis que pegaram em armas alegando a inércia das autoridades diante da criminalidade.
Guerrero, com litoral no Pacífico e área de cultivo de papoula (matéria-prima da heroína), tem sido afetado há vários anos por organizações dedicadas ao tráfico de drogas, extorsão e sequestro.
O Governo Federal registrou mais de 420.000 assassinatos e dezenas de milhares de desaparecimentos desde o final de 2006, quando o presidente Felipe Calderón (2006-2012) lançou uma polêmica ofensiva militar contra as drogas.
A participação dos militares nessas ações continua, apesar de o atual presidente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, afirmar que promove uma abordagem para reduzir a pobreza, que, em sua opinião, leva os jovens à criminalidade em várias regiões do país.
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