Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte, aperta a mão de PutinMikhail Metzel/AFP
Publicado 13/09/2023 10:27
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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, afirmou nesta quarta-feira (13) a Vladimir Putin que a Rússia conquistará uma "grande vitória" contra seus inimigos, durante uma rara visita ao país, com o qual busca fortalecer suas relações, especialmente militares.

Até o momento, no entanto, nenhuma informação foi divulgada sobre um possível acordo para a entrega de equipamentos militares à Rússia para apoiar a ofensiva na Ucrânia, como Washington mencionou que poderia acontecer na véspera da reunião.

Depois da chegada de Kim à Rússia a bordo de seu trem blindado, os dois governantes trocaram um aperto de mãos e visitaram as instalações do cosmódromo de Vostochni, incluindo uma área de montagem de foguetes Angara russos de nova geração.

Eles participaram de discussões oficiais por duas horas com suas delegações e, em seguida, de conversaram de maneira reservada. Depois, compareceram a um jantar em homenagem ao líder norte-coreano.

"Estamos convencidos de que o exército russo e o povo russo conquistarão uma grande vitória na luta justa para punir os grupos malignos que buscam a hegemonia e a expansão", afirmou o líder norte-coreano diante do homólogo russo.

Ele também elogiou o "heroico" exército russo, envolvido na operação na Ucrânia há mais de um ano e meio. Diante de Kim, Putin fez um brinde em tom solene ao "futuro fortalecimento da cooperação" com Pyongyang, atrás de uma grande mesa, ao lado de autoridades russas e norte-coreanas.

Putin anunciou que Kim Jong Un acompanhará uma demonstração da Marinha russa em Vladivostok e visitará fábricas de equipamentos aeronáuticos, "civis e militares", na região do extremo leste.

O presidente russo disse que vê "perspectivas" de cooperação militar com a Coreia do Norte, apesar das sanções internacionais a Pyongyang, país isolado por seus programas nucleares e de mísseis.

"A Rússia respeita todas as restrições. Mas há coisas sobre as quais definitivamente podemos falar, estamos discutindo (...) E também há perspectivas", declarou à televisão estatal russa.

Prioridade máxima
Esta foi a primeira reunião entre os dois governantes desde a viagem de Kim Jong Un a Vladivostok em 2019. Washington teme que a reunião facilite a entrega de armas norte-coreanas a Moscou para as operações militares na Ucrânia.

Kim chamou a reunião de "trampolim" para fortalecer as relações entre os dois países e que transformará as relações com a Rússia na "prioridade máxima" de sua diplomacia.

"Aproveito esta oportunidade para afirmar que sempre estaremos com a Rússia", disse. Os ministros da Defesa, Serguei Shoigu, e das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, participaram nas discussões, assim como o titular da pasta da Indústria, Denis Manturov.

A porta-voz da diplomacia chinesa afirmou nesta quarta-feira que a reunião diz respeito apenas "às relações entre os dois países". Pequim continua sendo o principal apoio político e econômico de Pyongyang.

Kim Jong Un, que saiu no domingo à noite da capital norte-coreana, chegou ao cosmódromo com uma delegação de comandantes militares. Esta é sua primeira viagem ao exterior desde o início da pandemia de covid-19.

Durante a visita de Kim à Rússia, a Coreia do Norte lançou um "míssil balístico não identificado em direção ao Mar do Leste", anunciou o Estado-Maior Conjunto em Seul, utilizando o nome coreano para o Mar do Japão. Tóquio citou os lançamentos de dois mísseis balísticos.

A escolha do cosmódromo para o encontro é simbólica. Nesta quarta-feira, Putin citou a possibilidade de a Rússia ajudar a Coreia do Norte a construir satélites, depois que Pyongyang fracassou em duas tentativas recentes de colocar um satélite espião militar em órbita.

"Por isso que viemos até aqui. O líder da Coreia do Norte mostra grande interesse na tecnologia de foguetes. Eles estão tentando desenvolver um programa espacial", disse Putin, segundo as agências de notícias russas.
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