Mahmoud Abbas, atual presidente da Autoridade Nacional Palestiniana Reuters
Publicado 13/09/2023 11:39 | Atualizado 13/09/2023 11:39
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Mais de 200 personalidades palestinas criticaram o presidente Mahmoud Abbas por ter dito que os judeus foram assassinados durante o Holocausto por seu "papel social", e não por sua religião.
Em uma carta publicada no domingo, 10, várias personalidades condenaram "os comentários moral e politicamente repreensíveis" do líder da Autoridade Palestina. Entre os signatários, estão a congressista democrata americana Rashida Tlaib, o historiador Rashid Khalidi e a jurista Noura Erakat.
"Rejeitamos categoricamente qualquer tentativa de minimizar, distorcer, ou justificar o antissemitismo, os crimes nazistas contra a humanidade, ou o revisionismo histórico do Holocausto", escreveram.
A carta foi emitida após a divulgação de um vídeo, na semana passada, em que o presidente palestino afirmava que os nazistas mataram milhões de judeus "por usura e dinheiro", e não pelo antissemitismo.
Estas declarações, dadas diante os líderes da Fatah em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, foram condenadas por Israel, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Abbas "não nos representa legitimamente (...), não é seu papel dar aulas de história", disse à AFP o empresário palestino Sam Bahour, nesta quarta-feira, qualificando as declarações do presidente como "inadequadas".
Já o Fatah defendeu seu líder, chamando a carta de "declaração de vergonha" em comentários publicados um dia antes pela agência de notícias oficial palestina Wafa. O Conselho Nacional Palestino, órgão legislativo, qualificou a carta como "terrorismo político e intelectual contra o nosso povo", informou Wafa.
Abbas, que tem 87 anos e está no cargo há mais de 18, fez comentários semelhantes, relativizando o Holocausto em diversas ocasiões no passado.
 
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