Publicado 14/09/2023 11:12
Confrontos entre militares e garimpeiros na quarta-feira (13) deixaram um morto e quatro feridos durante uma operação de despejo realizada pelas Forças Armadas no Parque Yapacana, uma grande reserva natural da Venezuela, próxima da fronteira com a Colômbia, afetada pela extração ilegal de ouro, informaram as autoridades locais e ONGs.
"Um grupo de irregulares (termo usado pelo governo para se referir a rebeldes colombianos e membros de organizações criminosas) nos atacou com coquetéis molotov, lanças e até armas de fogo", disse uma fonte militar à AFP.
Os confrontos na área de 320.000 hectares terminaram com um homem morto, informou à AFP o advogado indígena Olnar Ortiz, da ONG Foro Penal, que horas antes havia mencionado "mortos e civis feridos".
Autoridades colombianas confirmaram a chegada a um hospital na localidade de Inírida, capital do departamento de Guainía, vizinho da Venezuela, de quatro homens feridos: três venezuelanos de 37, 35 e 23 anos, e um colombiano de 42.
Imagens de feridos nos confrontos no Parque Nacional Yapacana circulam nas redes sociais. Desde 1º de julho, "mais de 11.594 garimpeiros ilegais foram retirados do Parque Nacional Yapacana por desrespeitar o ordenamento territorial venezuelano", detalhou o general Domingo Hernández Lárez, chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, no X.
Durante as operações, cerca de 41 garimpeiros foram "presos em flagrante", de acordo com fontes militares. Operam na reserva garimpeiros locais, mas também estrangeiros vindos da Colômbia, Brasil e Equador.
Os garimpeiros desalojados estavam envolvidos em "desmatamento, queimadas florestais, contaminação das fontes de água, perfurações subterrâneas" através do "uso de mangueiras de alta pressão e maquinaria para remover a camada vegetal e o uso de agentes poluentes, entre outros", revelou Hernández Lárez.
A ONG SOS Orinoco, crítica ao governo, informou que até agosto de 2023, cerca de 23 minas ilegais afetavam 3.316 hectares do Parque Yapacana.
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