Publicado 20/09/2023 16:29
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, enfrentou a Rússia, nesta quarta-feira (20), no Conselho de Segurança da ONU, onde denunciou a invasão de Moscou como "criminosa" e pediu que seja suspenso seu direito de veto.
Vestindo o uniforme militar que virou sua marca registrada, Zelensky se sentou no mesmo recinto da ONU que o representante russo, que demonstrou mais interesse por seu celular. Foi a primeira vez que ambos estiveram no mesmo local desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou sua operação militar na Ucrânia.
"A maior parte do mundo reconhece a verdade sobre esta guerra", disse Zelensky. "É uma agressão criminosa e não provocada da Rússia contra nossa nação com o objetivo de se apoderar do território e dos recursos da Ucrânia".
Zelensky urgiu a ONU a destituir a Rússia de seu poder de veto no Conselho de Segurança, qualificando a medida de reforma vital, que também incluiria uma maior representação do mundo em desenvolvimento, onde o apoio à Ucrânia tem sido morno.
"O poder de veto nas mãos do agressor foi o que levou a ONU a um ponto morto", afirmou Zelensky.
"É impossível deter a guerra, porque todos os esforços são vetados pelo agressor, ou por aqueles que aprovam o agressor", afirmou.
Zelensky reforçou a posição ucraniana de que o poder de veto pertencia à antiga União Soviética - um dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, após a qual a ONU foi criada -, e não à Rússia do presidente Vladimir Putin.
"Infelizmente, este assento no Conselho de Segurança, que a Rússia ocupa ilegalmente mediante manipulações nos bastidores após o colapso da União Soviética, tem sido ocupado por mentirosos, cujo trabalho consiste em encobrir a agressão e o genocídio", declarou Zelensky.
Rússia protesta
Vestindo o uniforme militar que virou sua marca registrada, Zelensky se sentou no mesmo recinto da ONU que o representante russo, que demonstrou mais interesse por seu celular. Foi a primeira vez que ambos estiveram no mesmo local desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou sua operação militar na Ucrânia.
"A maior parte do mundo reconhece a verdade sobre esta guerra", disse Zelensky. "É uma agressão criminosa e não provocada da Rússia contra nossa nação com o objetivo de se apoderar do território e dos recursos da Ucrânia".
Zelensky urgiu a ONU a destituir a Rússia de seu poder de veto no Conselho de Segurança, qualificando a medida de reforma vital, que também incluiria uma maior representação do mundo em desenvolvimento, onde o apoio à Ucrânia tem sido morno.
"O poder de veto nas mãos do agressor foi o que levou a ONU a um ponto morto", afirmou Zelensky.
"É impossível deter a guerra, porque todos os esforços são vetados pelo agressor, ou por aqueles que aprovam o agressor", afirmou.
Zelensky reforçou a posição ucraniana de que o poder de veto pertencia à antiga União Soviética - um dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, após a qual a ONU foi criada -, e não à Rússia do presidente Vladimir Putin.
"Infelizmente, este assento no Conselho de Segurança, que a Rússia ocupa ilegalmente mediante manipulações nos bastidores após o colapso da União Soviética, tem sido ocupado por mentirosos, cujo trabalho consiste em encobrir a agressão e o genocídio", declarou Zelensky.
Rússia protesta
Não é fácil eliminar o poder de veto da Rússia, embora a Assembleia Geral da ONU tenha despojado Taiwan, em 1971, do poder de veto que a ilha tinha como representante da China, cedendo seu lugar ao governo comunista de Pequim.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, que chegou ao Conselho de Segurança depois que Zelensky já tinha saído, debochou da ideia de pôr fim ao veto russo e o descreveu como uma forma de frear o poder ocidental.
"O recurso ao veto é uma ferramenta absolutamente legítima estipulada na Carta das Nações Unidas", declarou Lavrov.
Lavrov denunciou Zelensky, que pretende recuperar todo o território ocupado pela Rússia em seu país, por não negociar e pediu a intervenção de seu colega americano, que observava Lavrov enquanto este falava.
Dirigindo-se a Antony Blinken, Lavrov disse: "Não acredito que seja muito difícil dar uma ordem para que Zelensky suspenda o decreto" que proíbe as negociações.
Blinken, que tinha se reunido com Lavrov antes da guerra para adverti-lo contra uma invasão, evitou se encontrar com ele desde então. Os dois tampouco têm previsto se reunir em Nova York.
Tensões desde o início
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, que chegou ao Conselho de Segurança depois que Zelensky já tinha saído, debochou da ideia de pôr fim ao veto russo e o descreveu como uma forma de frear o poder ocidental.
"O recurso ao veto é uma ferramenta absolutamente legítima estipulada na Carta das Nações Unidas", declarou Lavrov.
Lavrov denunciou Zelensky, que pretende recuperar todo o território ocupado pela Rússia em seu país, por não negociar e pediu a intervenção de seu colega americano, que observava Lavrov enquanto este falava.
Dirigindo-se a Antony Blinken, Lavrov disse: "Não acredito que seja muito difícil dar uma ordem para que Zelensky suspenda o decreto" que proíbe as negociações.
Blinken, que tinha se reunido com Lavrov antes da guerra para adverti-lo contra uma invasão, evitou se encontrar com ele desde então. Os dois tampouco têm previsto se reunir em Nova York.
Tensões desde o início
Antes de Zelensky tomar a palavra, a sessão começou tensa, pois a Rússia questionou que o deixassem falar primeiro. A decisão foi tomada pelo premiê da Albânia, Edi Rama, que ocupa a presidência temporária do Conselho de Segurança.
O embaixador russo, Vassily Nebenzia, que pediu a palavra reiteradas vezes, disse a Rama que deixar Zelensky, um ex-comediante, falar primeiro poderia "minar a autoridade do Conselho de Segurança" e torná-lo "um monólogo unipessoal".
Rama respondeu calmamente, mas com crescente irritação ao enviado russo: "para isto há uma solução: o senhor detém a guerra, e o presidente Zelensky não tomará a palavra".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, que abriu a sessão, como de costume, criticou a Rússia duramente.
"A invasão russa da Ucrânia, em clara violação à Carta das Nações Unidas e do direito internacional, está agravando as tensões e as divisões geopolíticas, ameaçando a estabilidade regional, aumentando a ameaça nuclear e criando profundas fissuras em nosso mundo cada vez mais multipolar", disse Guterres.
Putin, que não costuma visitar a ONU, tampouco foi este ano. Além de enfrentar uma ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional, ele tem evitado participar de reuniões de alto nível, onde os ocidentais tentam isolá-lo.
Em sua fala na Assembleia Geral, na terça-feira, Zelensky afirmou que as deportações de crianças ucranianas para a Rússia, que desencadearam a ordem de prisão contra Putin, são um "genocídio".
Zelensky também alertou que a guerra afeta todo mundo, pois a Rússia usa os alimentos e a energia como "arma", como demonstra a suspensão do acordo apoiado pela ONU, que permitia à Ucrânia exportar cereais de forma segura pelo Mar Negro.
Alguns países em desenvolvimento criticaram a atenção dada à Ucrânia, que recebeu 43 bilhões de dólares (208 bilhões de reais, na cotação atual) em ajuda militar só dos Estados Unidos.
O embaixador russo, Vassily Nebenzia, que pediu a palavra reiteradas vezes, disse a Rama que deixar Zelensky, um ex-comediante, falar primeiro poderia "minar a autoridade do Conselho de Segurança" e torná-lo "um monólogo unipessoal".
Rama respondeu calmamente, mas com crescente irritação ao enviado russo: "para isto há uma solução: o senhor detém a guerra, e o presidente Zelensky não tomará a palavra".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, que abriu a sessão, como de costume, criticou a Rússia duramente.
"A invasão russa da Ucrânia, em clara violação à Carta das Nações Unidas e do direito internacional, está agravando as tensões e as divisões geopolíticas, ameaçando a estabilidade regional, aumentando a ameaça nuclear e criando profundas fissuras em nosso mundo cada vez mais multipolar", disse Guterres.
Putin, que não costuma visitar a ONU, tampouco foi este ano. Além de enfrentar uma ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional, ele tem evitado participar de reuniões de alto nível, onde os ocidentais tentam isolá-lo.
Em sua fala na Assembleia Geral, na terça-feira, Zelensky afirmou que as deportações de crianças ucranianas para a Rússia, que desencadearam a ordem de prisão contra Putin, são um "genocídio".
Zelensky também alertou que a guerra afeta todo mundo, pois a Rússia usa os alimentos e a energia como "arma", como demonstra a suspensão do acordo apoiado pela ONU, que permitia à Ucrânia exportar cereais de forma segura pelo Mar Negro.
Alguns países em desenvolvimento criticaram a atenção dada à Ucrânia, que recebeu 43 bilhões de dólares (208 bilhões de reais, na cotação atual) em ajuda militar só dos Estados Unidos.
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