Secretário-geral da ONU, António GuterresAFP
Publicado 26/09/2023 13:52 | Atualizado 26/09/2023 13:52
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, qualificou nesta terça-feira, 26, de "loucura" a nova "corrida armamentista" nuclear que se aproxima, garantindo que a única maneira de impedir o uso de armas nucleares é "eliminando-as".
"É urgente. Uma preocupante corrida armamentista está se preparando. O número de armas nucleares pode aumentar pela primeira vez em décadas", disse ele por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, que coincide com o fim de semana de alto nível da Assembleia Geral da ONU em Nova York.
Isso significa que "as normas que tanto se custou para conseguir para impedir sua utilização, propagação e testes estão sendo minadas", disse ele, acrescentar que a "única forma de impedir a utilização de armas nucleares é eliminando-as", antes que possam "desencadear uma catástrofe humanitária de proporções épicas".
Os arsenais nucleares estão se "modernizando para que essas armas sejam mais rápidas, precisas e sigilosas".
"Os tambores nucleares voltam a rufar", advertiu, chamando isso de "loucura".
É preciso "recuar", especialmente os Estados com armas nucleares, aos quais pediu que não apenas cumpram suas "obrigações de desarmamento", como também "se "comprometam a nunca mais usar armas nucleares sob qualquer circunstância".
O secretário-geral também pediu "que se reforce e voltemos a nos comprometer" com o regime de desarmamento e de não-proliferação nuclear construído ao longo de décadas, e que conta com ferramentas como os Tratados de Não-Proliferação de Armas Nucleares e de Proibição de Armas Nucleares, ou o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares.
"Em nome de todas as vítimas de testes nucleares, faço um apelo a todos os países que ainda não ratificaram o Tratado para que o façam sem demora, e aos Estados que possuem armas nucleares, para que garantam uma moratória de todos os testes nucleares", insistiu
Guterres defendeu, ainda, o diálogo, a diplomacia e a negociação para aliviar as tensões e pôr fim à ameaça nuclear.
"O mundo passou tempo demais sob a sombra das armas nucleares. Afastemo-nos da beira do desastre. Inauguremos uma nova era de paz para todos. Façamos história, relegando as armas nucleares para a história", clamou.
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