Operação policial ocorre no momento em que a Evergrande enfrenta uma grave crise financeiraInternet/Reprodução
Publicado 27/09/2023 08:17 | Atualizado 27/09/2023 08:17
Publicidade
O proprietário do grupo imobiliário chinês Evergrande foi alvo de uma operação da polícia, informou nesta quarta-feira, 27, a agência Bloomberg, no momento em que a empresa endividada enfrenta graves dificuldades financeiras.

Xu Jiayin, também conhecido como Hui Ka Yan em cantonês, foi levado pelas autoridades há algumas semanas e está retido atualmente, segundo fontes, que pediram anonimato, citadas pela Bloomberg. Ele está sob "vigilância residencial", o que não significa que tenha sido preso ou acusado de um crime, segundo a agência.

Guancha, um meio de comunicação privado pró-governo, afirmou que fontes próximas ao caso confirmaram a notícia. Também indicou que Xu foi colocado à disposição das autoridades "há alguns dias" e permanece em Pequim.

A AFP ligou para os escritórios da Evergrande em Hong Kong e na China continental para obter esclarecimentos, mas não recebeu resposta.
O porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou em uma entrevista coletiva que não estava a par da situação, ao ser questionado sobre a informação publicada pela Bloomberg.

A gigantesca dívida da Evergrande contribuiu para o agravamento da crise imobiliária na China, o que gerou temores de um contágio global. O braço imobiliário da empresa não pagou esta semana uma dívida importante. O site financeiro chinês Caixin informou que ex-executivos da empresa foram detidos.

Xu, 65 anos, já foi o homem mais rico da China. Ele é famoso por seu gosto particular por marcas de luxo e iates. Seu patrimônio está calculado atualmente em US$ 1,8 bilhão, contra US$ 42 bilhões em 2017, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

O setor imobiliário é um pilar do crescimento econômico chinês e registrou um crescimento espetacular nos últimos anos. Mas a enorme dívida acumulada pelas maiores empresas do setor foi considerada pelas autoridades chinesas um risco inaceitável para o sistema financeiro e o conjunto da economia.

Diante do risco, o governo limitou consideravelmente o acesso ao crédito, o que levou muitas empresas ao 'default', como aconteceu com a Evergrande.
 
Publicidade
Leia mais