Publicado 04/10/2023 14:45 | Atualizado 04/10/2023 16:14
A mudança climática se tornou o principal fator que afeta a extinção dos anfíbios, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, 4, pela revista Nature.
Animais como sapos, rãs, salamandras e outras criaturas de sangue frio, capazes de viver na água e na terra, são muito vulneráveis às alterações ambientais, porque não têm penas, pelos, ou escamas, para se protegerem.
Em partes da Austrália e do Brasil, prevê-se que a redução das chuvas, devido à mudança climática, ameace a reprodução das rãs, que dependem da umidade do solo e das folhas para evitar que seus ovos sequem.
As salamandras e os triturus são as espécies mais afetadas, e a ameaça se concentra nas ilhas do Caribe, na Mesoamérica, nas áreas tropicais dos Andes, em Madagascar e no Sri Lanka, entre outras regiões.
Em climas extremos ligados à mudança climática, os anfíbios se desidratam rapidamente e também perderam os espaços úmidos necessários para sua reprodução.
Tempestades mais frequentes e intensas, enchentes ou o aumento do nível do mar podem destruir as florestas onde vivem e se reproduzem.
"Em muitos casos, essas mudanças ocorrem muito rápido para que possam se adaptar", disse Kelsey Neam, especialista do Grupo de Especialistas em Anfíbios da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
"A mudança climática é uma ameaça subestimada para os anfíbios" e vai se tornar "mais evidente", disse Neam, coautora do estudo. "O esperado é que a mudança climática leve as espécies à extinção", afirmou Neam à AFP.
Os anfíbios desempenham um papel essencial na cadeia alimentar, porque alimentam aves, mamíferos e répteis. Uma extensa pesquisa em 2004 mostrou que esses animais são os vertebrados mais ameaçados do planeta.
O estudo publicado nesta quarta-feira se baseia em uma atualização realizada no ano passado desta pesquisa global, que recorreu a uma avaliação do estado de 8.011 espécies, encomendada pela UICN.
A conclusão é que a situação dos anfíbios continua se deteriorando. Agora, 41% desses animais estão classificados como "ameaçados", uma classificação que inclui espécies vulneráveis, em perigo e em perigo grave.
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