Publicado 06/10/2023 08:37
Manifestantes bloquearam nesta quinta-feira (05), pelo quarto dia consecutivo, cerca de 30 rodovias da Guatemala, para exigir o fim de uma suposta perseguição eleitoral no país, que buscaria impedir a posse do presidente eleito, Bernardo Arévalo.
Os manifestantes, em sua maioria indígenas e agricultores, mantêm fechados trechos de rodovias movimentadas, como a Interamericana, assim como as rotas que levam às fronteiras com México, El Salvador e Honduras, de acordo com o órgão estatal Direção Geral de Proteção e Segurança Rodoviária.
O líder indígena Luis Pacheco, presidente do conselho administrativo dos 48 cantões do departamento de Totonicapán, a oeste da capital, onde começaram os bloqueios e protestos, afirmou que as "paralisações continuarão" por tempo indeterminado. Indígenas de Quiché (norte) e Escuintla (sul) se somaram hoje às mobilizações.
Após retornar de Washington, onde denunciou “um golpe de Estado em câmera lenta”, Arévalo reuniu-se hoje com ativistas de organizações civis. “Esta é uma oportunidade para destacar esse apelo para que se mantenha a união nacional em torno de um protesto pacífico de rechaço às tentativas de violar o processo eleitoral e constitucional”, declarou.
Arévalo sofreu um revés na última quarta-feira, quando a Suprema Corte de Justiça da Guatemala rejeitou um recurso que havia apresentado para frear a ofensiva de três funcionários judiciais, os quais acusa de orquestrarem um "golpe de Estado" para impedir que assuma o poder.
No mesmo dia, o então presidente direitista Alejandro Giammattei descartou a existência de uma suposta escassez de combustível devido aos bloqueios, enquanto o Ministério Público anunciou que seu site foi hackeado.
Na Cidade da Guatemala, a polícia isolou o perímetro do aeroporto internacional La Aurora, em meio a rumores de que os manifestantes pretendiam tomar suas instalações, segundo a Aeronáutica Civil.
Último recurso
Os manifestantes, em sua maioria indígenas e agricultores, mantêm fechados trechos de rodovias movimentadas, como a Interamericana, assim como as rotas que levam às fronteiras com México, El Salvador e Honduras, de acordo com o órgão estatal Direção Geral de Proteção e Segurança Rodoviária.
O líder indígena Luis Pacheco, presidente do conselho administrativo dos 48 cantões do departamento de Totonicapán, a oeste da capital, onde começaram os bloqueios e protestos, afirmou que as "paralisações continuarão" por tempo indeterminado. Indígenas de Quiché (norte) e Escuintla (sul) se somaram hoje às mobilizações.
Após retornar de Washington, onde denunciou “um golpe de Estado em câmera lenta”, Arévalo reuniu-se hoje com ativistas de organizações civis. “Esta é uma oportunidade para destacar esse apelo para que se mantenha a união nacional em torno de um protesto pacífico de rechaço às tentativas de violar o processo eleitoral e constitucional”, declarou.
Arévalo sofreu um revés na última quarta-feira, quando a Suprema Corte de Justiça da Guatemala rejeitou um recurso que havia apresentado para frear a ofensiva de três funcionários judiciais, os quais acusa de orquestrarem um "golpe de Estado" para impedir que assuma o poder.
No mesmo dia, o então presidente direitista Alejandro Giammattei descartou a existência de uma suposta escassez de combustível devido aos bloqueios, enquanto o Ministério Público anunciou que seu site foi hackeado.
Na Cidade da Guatemala, a polícia isolou o perímetro do aeroporto internacional La Aurora, em meio a rumores de que os manifestantes pretendiam tomar suas instalações, segundo a Aeronáutica Civil.
Último recurso
Os bloqueios começaram na última segunda-feira, depois que a sede do tribunal eleitoral foi revistada para a apreensão de atas eleitorais, após o pedido de suspensão do foro dos magistrados daquele órgão e a tentativa de anulação do partido Semilla, do presidente eleito, ações que foram entendidas como perseguição e que geraram preocupação e repúdio internacional.
A Corte Constitucional (CC), mais alta instância da Justiça, acatou hoje um recurso da cúpula empresarial e autorizou as autoridades a dissolverem os bloqueios, "se necessário", por atentarem contra a livre circulação, priorizando a dissuasão e usando a força "como último recurso".
Os empresários afirmaram que respeitam o direito à manifestação, mas sem “bloqueios nas vias públicas que afetem o acesso a serviços médicos, educacionais e o comércio".
Horas depois, a CC resolveu uma consulta do tribunal eleitoral e determinou que um juiz penal tem competência para suspender um partido político com base na lei do crime organizado. Nos termos dessa lei, o juiz Fredy Orellana, a pedido do chefe da Procuradoria contra a Impunidade, Rafael Curruchiche, inabilitou o partido Semilla, de Arévalo, por supostas irregularidades em sua formação, em 2017.
O tribunal supremo, no entanto, freou a medida, uma vez que nenhuma organização política pode ser suspensa durante o processo eleitoral. A inabilitação do Semilla deve voltar a vigorar depois de 31 de outubro, com o fim desse processo.
Arévalo venceu o segundo turno das eleições em 20 de agosto, à frente da ex-primeira-dama Sandra Torres, próxima do partido no poder e da poderosa elite empresarial aliada ao governo. Ele pediu às autoridades que favoreçam o o diálogo, e não ações violentas, para levantar os bloqueios.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos, a Espanha, a União Europeia e organizações internacionais expressaram preocupação com a situação na Guatemala, por considerarem que a mesma ameaça a democracia e a governabilidade, em um país que enfrenta a pobreza, violência criminal e corrupção.
A Corte Constitucional (CC), mais alta instância da Justiça, acatou hoje um recurso da cúpula empresarial e autorizou as autoridades a dissolverem os bloqueios, "se necessário", por atentarem contra a livre circulação, priorizando a dissuasão e usando a força "como último recurso".
Os empresários afirmaram que respeitam o direito à manifestação, mas sem “bloqueios nas vias públicas que afetem o acesso a serviços médicos, educacionais e o comércio".
Horas depois, a CC resolveu uma consulta do tribunal eleitoral e determinou que um juiz penal tem competência para suspender um partido político com base na lei do crime organizado. Nos termos dessa lei, o juiz Fredy Orellana, a pedido do chefe da Procuradoria contra a Impunidade, Rafael Curruchiche, inabilitou o partido Semilla, de Arévalo, por supostas irregularidades em sua formação, em 2017.
O tribunal supremo, no entanto, freou a medida, uma vez que nenhuma organização política pode ser suspensa durante o processo eleitoral. A inabilitação do Semilla deve voltar a vigorar depois de 31 de outubro, com o fim desse processo.
Arévalo venceu o segundo turno das eleições em 20 de agosto, à frente da ex-primeira-dama Sandra Torres, próxima do partido no poder e da poderosa elite empresarial aliada ao governo. Ele pediu às autoridades que favoreçam o o diálogo, e não ações violentas, para levantar os bloqueios.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos, a Espanha, a União Europeia e organizações internacionais expressaram preocupação com a situação na Guatemala, por considerarem que a mesma ameaça a democracia e a governabilidade, em um país que enfrenta a pobreza, violência criminal e corrupção.
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