Publicado 06/10/2023 13:17
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi acusado, nesta sexta-feira (6), no âmbito de uma investigação por possível manipulação de testemunhas, em um novo caso de uma longa lista, que inclui o financiamento ilegal de sua campanha.
Após 30h de interrogatório em quatro dias, os juízes acusaram Sarkozy de encobrir suborno de testemunhas e associação de criminosos para preparar uma fraude processual em uma gangue organizada, disse uma fonte judicial à AFP.
O caso contra o ex-presidente, de 68 anos, que ainda é uma figura influente na direita francesa, está relacionado com acusações de que ele recebeu dinheiro do falecido ditador líbio Muammar Gaddafi para financiar uma das suas campanhas eleitorais.
O julgamento do financiamento líbio da sua campanha de 2007 está previsto para começar em 2025, mas antes disso será julgado em novembro um recurso por financiamento ilegal da campanha de 2012, que perdeu para o socialista François Hollande. O novo caso se junta à lista de audiências judiciais.
Os juízes estão interessados na mudança de depoimento de uma testemunha-chave, o empresário franco-libanês Ziad Takieddine, que alegou ter entregado cinco milhões de euros (cerca de 5,3 milhões de dólares ou 27,4 milhões de reais à taxa de câmbio atual) em dinheiro em 2006 e 2007.
Mas em 2020 ele se retratou repentinamente, levantando suspeitas de que Sarkozy pode ter pressionado a testemunha a mudar de ideia.
Pelo menos outras nove pessoas são suspeitas neste caso, incluindo Mimi Marchand, considerada a rainha dos paparazzi na França e próxima do atual presidente, Emmanuel Macron, e da sua esposa Brigitte.
O ex-presidente conservador de 2007 a 2012 também foi condenado em primeira instância e em recurso por corrupção e tráfico de influência, em um caso sobre tentativa de influenciar um juiz.
Os advogados de Sarkozy, que recorre frequentemente das condenações, indicaram em comunicado à AFP que o seu cliente "defenderá a sua honra" também neste último caso.
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