Publicado 17/10/2023 17:37
Um bombardeio de Israel, nesta terça-feira (17), deixou pelo menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, disse o Ministério da Saúde do território palestino, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas.
Fotos do Hospital al-Ahli mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área. De acordo com o ministério, centenas de pessoas ainda estão sob os escombros. Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e áreas circundantes evacuassem para o sul da Faixa de Gaza.
O Exército israelense ainda não divulgou sua versão, solicitada pela agência AFP, sobre o ocorrido no hospital. Para a Associated Press, o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, disse que ainda não há detalhes sobre as mortes no hospital: "Vamos obter os detalhes e atualizar o público. Não sei dizer se foi um ataque aéreo israelense."
Israel diz que lideranças do Hamas usam hospitais para se esconder e seus pacientes como escudos humanos.
O gabinete de comunicações das autoridades do Hamas denunciou um "crime de guerra". "O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força", disse o comunicado. O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, rival do Hamas, declarou três dias de luto após o bombardeio.
Cerca de 3 mil pessoas morreram nos bombardeamentos israelenses na Faixa de Gaza em retaliação aos atentados terroristas de 7 de outubro, quando centenas de terroristas que mataram cerca de 1 400 pessoas e sequestraram perto de 200.
Crise humanitária
O ataque ao hospital ocorre na véspera da visita do presidente Joe Biden a Israel e em meio à piora da situação humanitária em Gaza. Submetida a um cerco por Israel desde os atentados do Hamas, a população de Gaza tem poucas reservas de água, comida e combustível. Milhares de pessoas tentam fugir do norte do enclave, alvo de uma possível invasão israelense, em direção ao sul, na fronteira com o Egito.
Os prejuízos para a população civil são cada vez maiores. Na manhã desta terça-feira, equipes de resgate lutavam para libertar cerca de 1,2 mil pessoas presas sob os escombros. Em alguns mercados da cidade de Gaza, já era possível testemunhar brigas por causa de pães. No total, segundo autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 2.800 pessoas foram mortas e outras 10 mil ficaram feridas nos ataques israelenses.
Com o aprofundamento da crise humanitária, aumentou a pressão para fornecer imediatamente segurança e ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. No entanto, os esforços diplomáticos liderados pelos EUA produziram até agora poucos resultados. Dias de esforços para fazer passar a ajuda através da fronteira do Egipto com Gaza não deram frutos.
Na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de estar perto de um acordo de ajuda e do estabelecimento de zonas seguras no sul de Gaza, para onde as Nações Unidas disseram que 600 mil palestinos fugiram depois que Israel os advertiu para deixar o norte. Mas as forças israelenses continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza. O Ministério do Interior de Gaza disse que pelo menos 72 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques a edifícios residenciais nas cidades de Khan Younis e Rafah. Os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que haviam atingido alvos do Hamas.
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