Publicado 26/10/2023 17:49
A liberal María Corina Machado, que venceu as primárias oposicionistas, foi anunciada, nesta quinta-feira (26), como candidata única da oposição às eleições presidenciais da Venezuela de 2024, um dia após o Ministério Público anunciar uma investigação contra os organizadores desta eleição interna.
Machado, inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, recebeu 92% dos votos dos 2,4 milhões registrados pela Comissão Nacional das Primárias (CNP) e que o governo rejeitou, classificando-os como fraudulentos.
"As primárias são uma conquista democrática, cidadã, pacífica, constitucional e eleitoral", afirmou o presidente da CNP, Jesús María Casal, na cerimônia de anúncio, sem fazer referência direta à investigação aberta pela Justiça.
"Alcançamos uma elevada taxa de participação" e "com alegria proclamamos a candidatura única e damos lugar a uma etapa também pacífica e democrática para o bem da Venezuela", completou.
O procurador Tarek William Saab anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação contra Casal, sua vice-presidente, Mildred Camero, e outros integrantes da organização das primárias da oposição.
Saab, de linha pró-governo, designou dois magistrados para a realização desta investigação por suposta usurpação de funções eleitorais e de identidade, além da legitimação de capitais e associação para a prática criminosa.
"Estarei presente quando me convocarem ao Ministério Público", disse Camero à AFP. "Não me sinto mal, não tenho complexo de culpa. O que (o procurador) diz é diferente do que realmente fizemos, mas esses serão assuntos que serão discutidos no tribunal", declarou.
"As acusações não têm fundamento, mas como têm o poder e fazem um exercício autoritário do poder, é possível que tomem alguma medida fora do marco do direito", disse, por sua ez, Víctor Márquez, também integrante da CNP.
"Contradição"
Machado, inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, recebeu 92% dos votos dos 2,4 milhões registrados pela Comissão Nacional das Primárias (CNP) e que o governo rejeitou, classificando-os como fraudulentos.
"As primárias são uma conquista democrática, cidadã, pacífica, constitucional e eleitoral", afirmou o presidente da CNP, Jesús María Casal, na cerimônia de anúncio, sem fazer referência direta à investigação aberta pela Justiça.
"Alcançamos uma elevada taxa de participação" e "com alegria proclamamos a candidatura única e damos lugar a uma etapa também pacífica e democrática para o bem da Venezuela", completou.
O procurador Tarek William Saab anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação contra Casal, sua vice-presidente, Mildred Camero, e outros integrantes da organização das primárias da oposição.
Saab, de linha pró-governo, designou dois magistrados para a realização desta investigação por suposta usurpação de funções eleitorais e de identidade, além da legitimação de capitais e associação para a prática criminosa.
"Estarei presente quando me convocarem ao Ministério Público", disse Camero à AFP. "Não me sinto mal, não tenho complexo de culpa. O que (o procurador) diz é diferente do que realmente fizemos, mas esses serão assuntos que serão discutidos no tribunal", declarou.
"As acusações não têm fundamento, mas como têm o poder e fazem um exercício autoritário do poder, é possível que tomem alguma medida fora do marco do direito", disse, por sua ez, Víctor Márquez, também integrante da CNP.
"Contradição"
As primárias foram organizadas pela própria oposição, sem a gestão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que, após meses de evasivas, finalmente propôs no último minuto o adiamento do processo por um mês para que conseguisse administrar o pleito.
O processo, que contou com a votação e a apuração de forma manual, foi muito criticado por dirigentes chavistas, que citaram manipulação dos números.
Machado condenou a "ofensiva" contra a CNP, que também descreveu como uma "contradição".
"É totalmente ineficaz, o processo foi realizado, o resultado e o efeito político foram extraordinários (...), e todos os venezuelanos confiam nesses resultados", afirmou.
O chefe do Parlamento de maioria chavista, Jorge Rodríguez, convocou o corpo diplomático nesta quinta-feira para apresentar provas da "fraude brutal montada" no domingo - quando, garante, participaram menos de 600.000 personas -, e pedir "respeito à dinâmica interna do país" após a reunião realizada por Machado com representantes estrangeiros credenciados na Venezuela.
As primárias foram realizadas cinco dias após a assinatura de um acordo em Barbados entre a oposição e o governo, que definiu as eleições presidenciais para o segundo semestre de 2024 com observação internacional, com a questão das desqualificações de opositores como Machado ainda pendente.
Maduro, por sua vez, convocou, também para esta quinta, uma "Conferência nacional pelo diálogo, a paz e a convivência", que reuniu parlamentares, empresários, acadêmicos e membros da delegação chavista na mesa, chefiada por Jorge Rodríguez.
Durante o encontro, foi aprovado um documento pedindo a suspensão das sanções e para "desconsiderar e rejeitar ameaças e chantagens que põem em risco o acordo de Barbados".
"Quando assinamos [o acordo] em Barbados, o fizemos livres de condicionamento e chantagem, o fizemos por consciência", disse o presidente.
Os Estados Unidos flexibilizaram por seis meses um embargo petroleiro contra a Venezuela, mas condicionaram a medida à suspensão das inabilitações como a de Machado, um tema espinhoso para o chavismo.
"O problema da inabilitação foi resolvido por dois milhões e meio de venezuelanos", insistiu a candidata, evitando comentar como vai conseguir inscrever sua candidatura.
O processo, que contou com a votação e a apuração de forma manual, foi muito criticado por dirigentes chavistas, que citaram manipulação dos números.
Machado condenou a "ofensiva" contra a CNP, que também descreveu como uma "contradição".
"É totalmente ineficaz, o processo foi realizado, o resultado e o efeito político foram extraordinários (...), e todos os venezuelanos confiam nesses resultados", afirmou.
O chefe do Parlamento de maioria chavista, Jorge Rodríguez, convocou o corpo diplomático nesta quinta-feira para apresentar provas da "fraude brutal montada" no domingo - quando, garante, participaram menos de 600.000 personas -, e pedir "respeito à dinâmica interna do país" após a reunião realizada por Machado com representantes estrangeiros credenciados na Venezuela.
As primárias foram realizadas cinco dias após a assinatura de um acordo em Barbados entre a oposição e o governo, que definiu as eleições presidenciais para o segundo semestre de 2024 com observação internacional, com a questão das desqualificações de opositores como Machado ainda pendente.
Maduro, por sua vez, convocou, também para esta quinta, uma "Conferência nacional pelo diálogo, a paz e a convivência", que reuniu parlamentares, empresários, acadêmicos e membros da delegação chavista na mesa, chefiada por Jorge Rodríguez.
Durante o encontro, foi aprovado um documento pedindo a suspensão das sanções e para "desconsiderar e rejeitar ameaças e chantagens que põem em risco o acordo de Barbados".
"Quando assinamos [o acordo] em Barbados, o fizemos livres de condicionamento e chantagem, o fizemos por consciência", disse o presidente.
Os Estados Unidos flexibilizaram por seis meses um embargo petroleiro contra a Venezuela, mas condicionaram a medida à suspensão das inabilitações como a de Machado, um tema espinhoso para o chavismo.
"O problema da inabilitação foi resolvido por dois milhões e meio de venezuelanos", insistiu a candidata, evitando comentar como vai conseguir inscrever sua candidatura.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.