Publicado 31/10/2023 18:50
Um dirigente humanitário da ONU fez um apelo, nesta terça-feira, 31, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que não "perca de vista" outras crises como a da Ucrânia, apesar da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, sobretudo com a proximidade do inverno.
"Embora grande parte da atenção internacional se concentre, com razão, nos graves acontecimentos do Oriente Médio, é importante não perder de vista outras crises, em particular uma tão brutal e de tanto alcance como a guerra da Ucrânia", declarou Ramesh Rajasingham, em nome do chefe do Escritório Humanitário da ONU (OCHA), Martin Griffiths.
Este conflito "continua infligindo níveis inimagináveis de sofrimento", insistiu, referindo-se ao "devastador balanço de ataques incessantes contra civis" e à destruição de infraestruturas-chave para o fornecimento de eletricidade, água e calefação.
"Isto é especialmente preocupante agora que o inverno se aproxima, com temperaturas que vão começar a cair abaixo dos -20ºC", acrescentou.
Um ano e meio depois da invasão russa da Ucrânia, "18 milhões de pessoas, ou seja, 40% da população, precisam de algum tipo de ajuda humanitária", disse.
Mas com a chegada do inverno, "as necessidades humanitárias vão aumentar", insistiu, destacando que o plano de ajuda humanitária da ONU para 2023, estimado em 3,9 bilhões de dólares (R$ 19 bilhões, na cotação atual), conta com apenas US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões).
Ele se mostrou especialmente preocupado com o destino de "4 milhões de pessoas" em várias regiões do país, sob ocupação militar russa, onde "as necessidades são urgentes", mas o acesso é limitado.
"Como temos reiterado, em virtude do direito internacional humanitário, todas as partes devem permitir e facilitar o acesso rápido e sem entraves da ajuda humanitária aos civis necessitados", insistiu.
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