Publicado 05/11/2023 11:09
O Egito suspendeu o processo de liberação de estrangeiros na Faixa de Gaza neste domingo, 5. A informação foi confirmada pelo embaixador brasileiro Alessandro Candeas junto à Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia. Mais de 2.700 estrangeiros, de um total de 7.500, cruzaram a fronteira antes do fechamento. Não há previsão para a retomada do processo de liberação dos estrangeiros
Segundo uma fonte do governo egípcio a Reuters, o principal motivo para a suspensão foi o bombardeio israelense contra um comboio de ambulâncias em Gaza. Do lado de Israel, a justificada é que os veículos carregavam combatentes do Hamas e, por isso, viraram alvos. Cerca de 13 pessoas morreram nas explosões.
Desde o dia 1 de novembro, o Brasil tenta convencer o governo de Israel a liberar os 34 brasileiros presos em Gaza. Mas os israelenses não os incluiram em nenhuma das quatro listas divulgadas até o momento. No sábado, 4, a última leva incluíu um total de 599 cidadãos de diversas nacionalidades.
O primeiro grupo, que reunia 450 cidadãos de alguns países europeus e da Austrália, além de trabalhadores de agências humanitárias, deixou Gaza na última quarta-feira, 1. Na quinta, 2, pela manhã, um segundo grupo, composto majoritariamente por americanos, cruzou o posto de Rafah em direção ao Sinai. Um terceiro grupo deixou Gaza na sexta, 3, mais uma vez, sem brasileiros.
O governo de Israel chegou a prometer ao Itamaraty que até a quarta-feira, 8, o grupo de deixaria o território palestino. A garantia foi dada pelo ministro de Relações Exteriores de Israel Eli Cohen ao chanceler Mauro Vieira por conversa telefônica na sexta-feira.
Críticas ao governo de Israel
Na sexta-feira, 3, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, criticou o governo de Israel por não incluir o grupo de cerca de 30 brasileiros retidos na Faixa de Gaza à espera de uma autorização para deixar o território palestino em meio à guerra entre os israelenses e o grupo terrorista Hamas.
Segundo Gleisi, Israel discrimina o Brasil e não apresenta nenhuma justificativa para isso. A deputada ainda acusou Tel-Aviv de elaborar as listas de saídas de estrangeiros de Gaza com base em uma ‘hierarquia política’.
"O governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros", disse Gleisi em sua conta no X, o antigo Twitter. " Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza."
"O governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros", disse Gleisi em sua conta no X, o antigo Twitter. " Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza."
Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou em mais de uma oportunidade a retaliação de Israel ao Hamas pelos ataques terroristas do início daquele mês. Lula chegou a qualificar a ação israelense de ‘genocídio’.
Apesar disso, a diplomacia brasileira diz que não há retaliação política na elaboração das listas, feitas em conjunto por Israel e Egito, após um acordo mediado no início da semana com auxílio de Estados Unidos e Catar.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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