Brasileiros recebem autorização e deixam a Faixa de Gaza após um mês de espera

Após mais de um mês aguardando para deixar a Faixa de Gaza, o grupo de brasileiros obteve a permissão dos governos do Egito e Israel neste domingo, 12. O anúncio da ação bem-sucedida da Operação Voltando em Paz foi feito pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva pelas redes sociais nesta manhã. 

Formado por pessoas que estavam no sul da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younis e Rafah, o comboio contêm 32 pessoas, sendo 18 crianças. Pelas redes sociais, o palestino-brasileiro Hasan Rabee informou que o grupo conseguiu chegar no lado egípcio da fronteira e agradeceu o apoio do governo federal.

Segundo Paulino Carvalho Neto, embaixador do Brasil no Egito, a previsão inicial é de que o grupo durma no Egito neste domingo, 12, para descansar e se alimentar.

Caso a rota seja por Al Arish, eles farão uma escala no Cairo para reabastecer e seguir viagem. Outra possibilidade é irem de ônibus direto para a capital egípcia, dormirem lá e, na segunda, saírem de avião. Partindo do aeroporto do Cairo, a viagem deve durar de 12 e 14 horas.

O avião presidencial está no aeroporto do Cairo à espera do grupo que será repatriado e também com autorização para decolar até o aeroporto de El Arish. Uma médica oficial da Aeronáutica também irá acompanhar as famílias no voo com destino ao Brasil.

Quando chegarem ao Brasil, elas devem permanecer por duas noites em Brasília, em um alojamento da FAB se recuperando e descansando. Segundo o Itamaraty, nem todos têm casa no país e alguns são palestinos, e será preciso oferecer apoio e regularização da documentação. Algumas famílias poderão ficar abrigadas no interior do estado de São Paulo.

Desde o ínicio da guerra entre Israel e Hamas, no dia 7 de outubro, o governo federal iniciou o processo de repatriação dos interessados em deixar as zonas de conflito. Antes de Gaza, 1.443 brasileiros, e 53 animais de estimação, já haviam sido repatriados - incluindo todos os 33 presentes na Cisjordânia. 

Uma aeronave da Presidência da República é mantida de prontidão aguardando o grupo conseguir passar pela fronteira de Gaza desde 18 de outubro. Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, havia prometido permitir a passagem dos brasileiros até 8 de outubro após deixá-los de fora das primeiras listas, mas uma série de bloqueios evitou a passagem.

Reponsável pelo controle da cidade de Rafah, único ponto de entrada de ajuda humanitária e de saída dos civis da Faixa de Gaza desde o ínicio do cerco israelense, o Egito fechou a saída duas vezes. A primeira após bombardeios de Israel a ambulâncias em 3 de novembro e reabrindo três dias depois. A segunda aconteceu na última sexta-feira, 10, depois dos egípcios alegarem problemas de segurança, e durou até este domingo.