Embaixador palestino, Riyad MansourAFP
Publicado 22/11/2023 18:59
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A trégua humanitária prevista no acordo entre Israel e Hamas "não pode ser apenas uma pausa", argumentou, nesta quarta-feira (22), o embaixador palestino na ONU, e pediu que se aproveitem esses poucos dias para impedir a "retomada da agressão".
O acordo prevê uma "pausa humanitária" na Faixa de Gaza, que vem sendo bombardeada, em troca dos reféns presos pelo Hamas no território palestino desde o sangrento ataque a Israel de 7 de outubro.
"Centenas de crianças não morrerão graças a essa trégua. Devemos isso a eles e a todos os civis da Faixa de Gaza o fim definitivo desse ataque criminoso contra o povo palestino", declarou o embaixador palestino, Riyad Mansour, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
Após agradecer ao Catar e ao Egito, Mansour fez um apelo a todos que haviam contribuído para esse acordo "para que encontrem uma maneira de impedir a retomada da agressão".
"Isso não pode ser apenas uma pausa antes de que se retome o massacre", insistiu, denunciando, ao mesmo tempo, a "ocupação e a discriminação racial" de Israel contra os palestinos, que qualificou de "apartheid".
"Dentro de alguns dias, as famílias poderão se abraçar, chorar e começar a curar as feridas que possam ter sido causadas, incluindo as famílias que se reunirão com seus entes queridos prisioneiros", apontou.
Reiterando que "não há solução militar para esse conflito", pediu respeito aos "direitos inalienáveis dos palestinos" e contra os ataques a todos os civis.
"Não justificamos a morte de nenhum civil israelense", declarou, assegurando que "ninguém deve perdoar as atrocidades em função da identidade dos autores".
"Não devemos fazer vista grossa ante as feridas, os traumas e a história dos demais, nem devemos depreciá-los. Mas esse respeito deve ser construído sobre uma visão compartilhada de um futuro no qual possamos viver em paz e em dignidade", acrescentou.
"Não se equivoquem, quando terminar a pausa, seguiremos nos esforçando para alcançar nossos objetivos com todas as nossas forças", respondeu o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, ao Conselho.
"Não pararemos até que tenhamos eliminado as capacidades terroristas do Hamas e estejamos seguros de que não pode mais governar Gaza nem ameaçar tanto os civis israelenses como as mulheres e as crianças de Gaza", acrescentou.
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