Publicado 23/11/2023 09:42 | Atualizado 23/11/2023 09:42
O partido do líder populista anti-islâmico Geert Wilders teve uma grande vitória na eleição geral da Holanda, de acordo com quase todos os votos apurados no início desta quinta-feira, 23. Trata-se de uma clara guinada à extrema-direita, para um país outrora famoso por sua tolerância.
O resultado deve causar abalos secundários pela Europa, onde a ideologia de extrema-direita está em alta, e colocar Wilders à frente nas conversas para formar a próxima coalizão de governo, possivelmente tornando-se o primeiro premiê de extrema-direita da Holanda.
Com quase todos os votos contados, o Partido pela Liberdade de Wilders ganhava 37 das 150 cadeiras da Câmara Baixa do Parlamento, dois a mais que o previsto na boca de urna divulgada após o fim da votação, na noite da quarta-feira, 22, e mais que o dobro das 17 obtidas pela sigla na última eleição.
Outros partidos políticos realizavam reuniões separadas para discutir o resultado eleitoral, que deve se seguir a um processo árduo para formar uma nova coalizão, a partir desta sexta-feira, 24.
O programa de Wilders inclui uma votação popular para saber se a Holanda deve deixar a União Europeia, além do congelamento total da aceitação de novos pedidos de asilo, bem como restrição a imigrantes na fronteira do país. Ele também defende a "des-islamização" da Holanda, e diz que não quer mesquitas ou escolas islâmicas no país, embora tenha sido menos duro com o Islã nesta campanha que no passado.
A vitória dele parece ter sido baseada na campanha para conter a imigração, um tema que causou o fim da coalizão anterior de governo, em julho, e na ideia de enfrentar problemas como o alto custo de vida e a dificuldade de conseguir moradia.
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