Publicado 28/11/2023 11:34 | Atualizado 28/11/2023 11:34
A Procuradora-Geral do Peru, Patricia Benavides, denunciou no Congresso do país nesta segunda-feira, 27, a presidente Dina Boluarte pelo suposto crime de homicídio como responsável pela repressão aos protestos contra ela, que deixaram mais de 50 mortos após sua chegada ao poder.
"Informo que formulei denúncia constitucional ante o Congresso da República contra Dina Boluarte, presidente da República, e Luis Alberto Otárola", o primeiro-ministro, disse Benavides em declaração televisionada.
A acusação, que pode levar ao impeachment da presidente, acontece no momento em que a procuradora enfrenta graves questionamentos internos à sua gestão com pedidos de renúncia feitos por altos procuradores do Ministério Público.
"Não se deve permitir a morte de nenhum peruano ou peruana, e tampouco o abuso de poder", acrescentou Benavides, que também denunciou que seus colegas querem desprestigiá-la.
A denúncia contra Boluarte foi apresentada depois que Benavides foi acusada por uma procuradora de liderar uma suposta rede criminosa dentro da cúpula do Ministério Público, de onde supostamente exerceu tráfico de influência com o Congresso e troca de favores políticos.
Nesse contexto, Benavides disse que não vai renunciar enquanto a Junta Nacional de Justiça avalia sua permanência no cargo.
Em sua primeira reação pública, a presidente peruana considerou que a denúncia era uma "manobra política" para "tirar o foco de uma denúncia gravíssima contra a própria procuradora" Benavides
Boluarte manifestou "estranheza" pelo fato de a denúncia ter sido apresentada "depois que a população tomou conhecimento das diligências e detenção da equipe (de assessores) de Benavides por supostos atos de corrupção". "Somos inimigos da corrupção e da impunidade, venha de onde vier", acrescentou.
Até agora, a procuradora-geral era vista como uma aliada da coalizão conservadora do Executivo e do Congresso desde o início do atual governo.
A presidente peruana evitou se expressar sobre o teor da acusação e sua suposta responsabilidade na morte dos manifestantes. Segundo a acusação do MP, os chefes militares e policiais declararam que Boluarte estava informada sobre a repressão, o que ela nega.
"É suspeito e grave que hoje, segunda-feira, se apresente a denúncia depois que, na sexta-feira passada, a investigação foi prolongada por mais oito meses", apontou.
O MP iniciou a investigação contra Boluarte em janeiro pelos supostos delitos de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves". Em setembro, a governante compareceu pela terceira vez diante dos procuradores.
Para que o Congresso aprove a denúncia contra a presidente, é necessário um processo parlamentar que pode durar até três meses
As manifestações antigovernamentais explodiram em 7 de dezembro do ano passado, quando Boluarte assumiu a Presidência, após a destituição do esquerdista Pedro Castillo por sua tentativa frustrada de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar uma Assembleia Constituinte.
Os protestos duraram até março deste ano e 54 pessoas morreram, incluídos seis soldados que se afogaram em um rio quando tentavam fugir de camponeses que atiravam pedras contra eles em Puno, cidade do sudeste que foi o epicentro das mobilizações.
De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), cerca de 20 pessoas morreram por tiros disparados pelas forças militares enviadas para controlar as manifestações.
Castillo cumpre prisão preventiva em Lima, esperando que a Justiça decida seu eventual chamado a julgamento.
A acusação, que pode levar ao impeachment da presidente, acontece no momento em que a procuradora enfrenta graves questionamentos internos à sua gestão com pedidos de renúncia feitos por altos procuradores do Ministério Público.
"Não se deve permitir a morte de nenhum peruano ou peruana, e tampouco o abuso de poder", acrescentou Benavides, que também denunciou que seus colegas querem desprestigiá-la.
A denúncia contra Boluarte foi apresentada depois que Benavides foi acusada por uma procuradora de liderar uma suposta rede criminosa dentro da cúpula do Ministério Público, de onde supostamente exerceu tráfico de influência com o Congresso e troca de favores políticos.
Nesse contexto, Benavides disse que não vai renunciar enquanto a Junta Nacional de Justiça avalia sua permanência no cargo.
Em sua primeira reação pública, a presidente peruana considerou que a denúncia era uma "manobra política" para "tirar o foco de uma denúncia gravíssima contra a própria procuradora" Benavides
Boluarte manifestou "estranheza" pelo fato de a denúncia ter sido apresentada "depois que a população tomou conhecimento das diligências e detenção da equipe (de assessores) de Benavides por supostos atos de corrupção". "Somos inimigos da corrupção e da impunidade, venha de onde vier", acrescentou.
Até agora, a procuradora-geral era vista como uma aliada da coalizão conservadora do Executivo e do Congresso desde o início do atual governo.
A presidente peruana evitou se expressar sobre o teor da acusação e sua suposta responsabilidade na morte dos manifestantes. Segundo a acusação do MP, os chefes militares e policiais declararam que Boluarte estava informada sobre a repressão, o que ela nega.
"É suspeito e grave que hoje, segunda-feira, se apresente a denúncia depois que, na sexta-feira passada, a investigação foi prolongada por mais oito meses", apontou.
O MP iniciou a investigação contra Boluarte em janeiro pelos supostos delitos de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves". Em setembro, a governante compareceu pela terceira vez diante dos procuradores.
Para que o Congresso aprove a denúncia contra a presidente, é necessário um processo parlamentar que pode durar até três meses
As manifestações antigovernamentais explodiram em 7 de dezembro do ano passado, quando Boluarte assumiu a Presidência, após a destituição do esquerdista Pedro Castillo por sua tentativa frustrada de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar uma Assembleia Constituinte.
Os protestos duraram até março deste ano e 54 pessoas morreram, incluídos seis soldados que se afogaram em um rio quando tentavam fugir de camponeses que atiravam pedras contra eles em Puno, cidade do sudeste que foi o epicentro das mobilizações.
De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), cerca de 20 pessoas morreram por tiros disparados pelas forças militares enviadas para controlar as manifestações.
Castillo cumpre prisão preventiva em Lima, esperando que a Justiça decida seu eventual chamado a julgamento.
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