Governo iniciou uma investigação independente para entender como foi possível cometer tais atos em hospitais públicosReprodução: redes sociais
Publicado 28/11/2023 13:50
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Uma comissão de investigação tornou públicos, nesta terça-feira (28), os erros cometidos pelos hospitais britânicos onde trabalhou, entre 2005 e 2020, um funcionário que estuprou dezenas de cadáveres de mulheres em necrotérios.

David Fuller, um britânico de 69 anos, foi condenado em dezembro de 2021 à prisão perpétua por estuprar mulheres que morreram nesses quinze anos e pelo assassinato de duas jovens em 1987. O réu foi condenado novamente em dezembro de 2022 por outros estupros de cadáveres. 
Fuller estuprou pelo menos 101 mulheres mortas. A mais jovem de suas vítimas tinha apenas nove anos e a mais velha, 100.

Nos dois hospitais do sul da Inglaterra onde trabalhava como eletricista, David Fuller atuava principalmente no turno da noite, por isso era frequentemente deixado sozinho.

Desta forma, ele conseguiu acessar facilmente os necrotérios e câmaras frigoríficas onde jaziam os corpos dos falecidos.

O governo iniciou uma investigação independente há dois anos para entender como ele pôde cometer tais atos em hospitais públicos por um período tão longo, sem que ninguém percebesse.

Esta investigação, cujas primeiras conclusões foram divulgadas nesta terça-feira, acusa estes hospitais de "graves falhas de gestão e governança".

Todas estas "falhas" contribuíram para "a criação de um ambiente em que (David Fuller) foi capaz de cometer crimes durante 15 anos sem que ninguém suspeitasse de nada ou fosse pego de surpresa cometendo os seus atos", segundo as conclusões da investigação.

As pessoas que tinham acesso aos necrotérios "não eram suficientemente controladas". Deste modo, Fuller conseguiu entrar em um deles 444 vezes em um ano, algo que passou "despercebido", segundo a mesma fonte.

A investigação recomendou a instalação de câmeras de vigilância em necrotérios e refrigeradores mortuários.

David Fuller foi preso em dezembro de 2020, após ter sido identificado pela polícia, por meio do seu DNA, como o principal suspeito do assassinato de duas jovens em 1987, em Tunbridge Wells (sudeste da Inglaterra). O condenado agrediu sexualmente e estrangulou as duas meninas.

Na investigação deste duplo homicídio, a polícia revistou a sua casa e encontrou uma grande quantidade de imagens e vídeos pornográficos dos estupros cometidos nos necrotérios.
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