Publicado 07/12/2023 07:46 | Atualizado 07/12/2023 07:47
Uma investigação realizada pela Agence France-Presse sobre o bombardeio de 13 de outubro no sul do Líbano, que matou um jornalista da Reuters e feriu outros seis profissionais da imprensa, incluindo dois da AFP, aponta para um projétil de tanque do Exército de Israel.
Conduzida em conjunto com a Airwars, uma ONG que examina ataques contra civis em situações de conflito, a investigação revelou que o ataque envolveu um projétil de tanque 120 mm, usado exclusivamente pelo exército israelense nesta tensa região fronteiriça.
A investigação revelou que os bombardeios provavelmente vieram do sudeste, perto da cidade israelense de Jordeikh, onde tanques israelenses operavam. A natureza dos bombardeios e a falta de atividade militar no local próximo onde estavam os jornalistas indicam que a ação foi deliberada e direcionada.
Confira a seguir as principais revelações de sete semanas da investigação, realizada pela AFP em conjunto com investigadores e analistas independentes e baseada em provas coletadas a partir de testemunhos, análise de gravações em vídeo, imagens de satélite e de um fragmento de munição recuperado no local.
Os fatos
Conduzida em conjunto com a Airwars, uma ONG que examina ataques contra civis em situações de conflito, a investigação revelou que o ataque envolveu um projétil de tanque 120 mm, usado exclusivamente pelo exército israelense nesta tensa região fronteiriça.
A investigação revelou que os bombardeios provavelmente vieram do sudeste, perto da cidade israelense de Jordeikh, onde tanques israelenses operavam. A natureza dos bombardeios e a falta de atividade militar no local próximo onde estavam os jornalistas indicam que a ação foi deliberada e direcionada.
Confira a seguir as principais revelações de sete semanas da investigação, realizada pela AFP em conjunto com investigadores e analistas independentes e baseada em provas coletadas a partir de testemunhos, análise de gravações em vídeo, imagens de satélite e de um fragmento de munição recuperado no local.
Os fatos
O grupo de sete jornalistas de Reuters, Al Jazeera e AFP foi alvo de dois bombardeios, um seguido rapidamente do outro logo após as 18h, enquanto filmavam confrontos entre o exército israelense e grupos armados no sul do Líbano.
O grupo libanês Hezbollah e braços locais dos movimentos palestinos Hamas e Jihad Islâmica trocavam tiros com Israel quase diariamente ao longo da fronteira desde que combatentes do Hamas baseados em Gaza executaram o ataque contra Israel em 7 de outubro.
Issam Abdallah, um jornalista de 37 anos da agência de notícias Reuters, morreu instantaneamente no primeiro bombardeio. Todos os outros seis ficaram feridos. A fotógrafa da AFP Christina Assi, de 28 anos, teve uma perna amputada e ainda está hospitalizada.
Munição israelense
O grupo libanês Hezbollah e braços locais dos movimentos palestinos Hamas e Jihad Islâmica trocavam tiros com Israel quase diariamente ao longo da fronteira desde que combatentes do Hamas baseados em Gaza executaram o ataque contra Israel em 7 de outubro.
Issam Abdallah, um jornalista de 37 anos da agência de notícias Reuters, morreu instantaneamente no primeiro bombardeio. Todos os outros seis ficaram feridos. A fotógrafa da AFP Christina Assi, de 28 anos, teve uma perna amputada e ainda está hospitalizada.
Munição israelense
Um grande fragmento de munição foi encontrado próximo ao corpo de Abdallah, cujas fotos foram analisadas por seis especialistas em armamentos para a AFP e a Airwars.
Todos concordam que era parte de um projétil de tanque de 120 mm, estabilizado por aletas, usado pelo exército israelense em seus tanques Merkava. Nenhum outro grupo ou organização militar na região faz uso deste tipo de munição, afirmaram os analistas.
A Human Rights Watch concluiu que os bombardeios foram “aparentemente deliberados contra civis, o que é um crime de guerra” e que “poderiam ou deveriam ser investigados como crimes de guerra”. A Anistia Internacional afirmou que o incidente foi "provavelmente um ataque direto contra civis, que precisa ser investigado como crime de guerra".
Não foi possível identificar com precisão o tanque que fez os disparos, mas a investigação revelou, com alto grau de certeza, que veio de uma posição militar perto da cidade israelense de Jordeikh.
Imagens de satélite mostram que tanques israelenses estavam operando daquela posição na ocasião. “Sentimos muito pela morte do jornalista”, disse um porta-voz militar após o bombardeio, acrescentando que Israel estava “investigando” o incidente, sem assumir qualquer responsabilidade.
Ataques direcionados
Todos concordam que era parte de um projétil de tanque de 120 mm, estabilizado por aletas, usado pelo exército israelense em seus tanques Merkava. Nenhum outro grupo ou organização militar na região faz uso deste tipo de munição, afirmaram os analistas.
A Human Rights Watch concluiu que os bombardeios foram “aparentemente deliberados contra civis, o que é um crime de guerra” e que “poderiam ou deveriam ser investigados como crimes de guerra”. A Anistia Internacional afirmou que o incidente foi "provavelmente um ataque direto contra civis, que precisa ser investigado como crime de guerra".
Não foi possível identificar com precisão o tanque que fez os disparos, mas a investigação revelou, com alto grau de certeza, que veio de uma posição militar perto da cidade israelense de Jordeikh.
Imagens de satélite mostram que tanques israelenses estavam operando daquela posição na ocasião. “Sentimos muito pela morte do jornalista”, disse um porta-voz militar após o bombardeio, acrescentando que Israel estava “investigando” o incidente, sem assumir qualquer responsabilidade.
Ataques direcionados
O grupo de jornalistas estava filmando bombardeios israelenses no território libanês do alto de uma colina, em campo aberto.
Todos usavam equipamentos de segurança, como capacetes e coletes à prova de bala com a inscrição “Press” (imprensa em inglês), e suas câmeras estavam posicionadas visivelmente sobre tripés.
Segundo a dezena de testemunhas interrogadas – jornalistas, moradores, fontes de segurança locais -, não havia atividade militar, nem sinal de presença de qualquer grupo armado no entorno próximo durante a hora que antecedeu o ataque.
Os especialistas consideraram improvável que o exército israelense possa ter confundido os jornalistas, claramente identificados como tais, com combatentes, dada a sofisticação da vigilância do Exército israelense. Filmagens do local mostram que naquela tarde, um helicóptero e um drone sobrevoaram à baixa altitude a área antes do bombardeio.
O fato de os jornalistas terem sido alvo de dois bombardeios com 37 segundos de intervalo entre o primeiro e o segundo, caindo a poucos metros um do outro, exclui a possibilidade de disparo acidental, afirmaram os especialistas.
Todos usavam equipamentos de segurança, como capacetes e coletes à prova de bala com a inscrição “Press” (imprensa em inglês), e suas câmeras estavam posicionadas visivelmente sobre tripés.
Segundo a dezena de testemunhas interrogadas – jornalistas, moradores, fontes de segurança locais -, não havia atividade militar, nem sinal de presença de qualquer grupo armado no entorno próximo durante a hora que antecedeu o ataque.
Os especialistas consideraram improvável que o exército israelense possa ter confundido os jornalistas, claramente identificados como tais, com combatentes, dada a sofisticação da vigilância do Exército israelense. Filmagens do local mostram que naquela tarde, um helicóptero e um drone sobrevoaram à baixa altitude a área antes do bombardeio.
O fato de os jornalistas terem sido alvo de dois bombardeios com 37 segundos de intervalo entre o primeiro e o segundo, caindo a poucos metros um do outro, exclui a possibilidade de disparo acidental, afirmaram os especialistas.
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