Repórter da Reuters morreu após ser atingidoPixabay
Publicado 08/12/2023 10:18 | Atualizado 08/12/2023 10:19
Publicidade
O bombardeio que matou um jornalista da Reuters e feriu outros seis profissionais da imprensa, incluindo dois da Agence France-Presse (AFP), em 13 de outubro no sul do Líbano aconteceu em uma "zona de combates ativa", afirmou o Exército de Israel nesta sexta-feira (8).
Issam Abdallah, de 37 anos, morreu instantaneamente. Os outros jornalistas presentes, dois da Reuters, dois da Al-Jazeera e dois da AFP, ficaram feridos. A fotógrafa da AFP, Christina Assi, de 28 anos, ficou gravemente ferida, teve uma perna amputada e segue hospitalizada.
Uma investigação da AFP, publicada na quinta-feira, aponta para um projétil de tanque usado exclusivamente pelo Exército israelense. Outra investigação, da Reuters, publicada no mesmo dia, também concluiu que os disparos partiram de um tanque israelense.
Questionado sobre as conclusões, um porta-voz do Exército de Israel afirmou que o local em que estavam os jornalistas era uma "zona de combates ativa, onde acontecem trocas de tiros, e estar na área é perigoso". "O incidente está sendo examinado", disse o porta-voz à AFP.
Os jornalistas estavam no local para cobrir os confrontos entre o Exército israelense e os grupos armados no sul do Líbano. A comunidade internacional teme uma conflagração regional da guerra entre Israel e Hamas, desencadeada após o ataque violento do grupo islamista palestino em 7 de outubro.
No dia 13 de outubro, recorda o Exército, o movimento libanês Hezbollah, aliado do Hamas, "executou um ataque contra várias posições no território israelense ao longo da fronteira libanesa". O Exército fez disparos de artilharia em resposta a uma tentativa de infiltração.
A investigação da AFP examina imagens de seis meios de comunicação que estavam no local em 13 de outubro, depoimentos de jornalistas, moradores e fontes das forças de segurança. Também contém análises de especialistas em armas.
As evidências apontam para um projétil de tanque israelense de 120 mm com estabilização por aletas, usado apenas pelo Exército israelense na região de alta tensão na fronteira.
A natureza dos disparos e a falta de atividade militar nas proximidades dos jornalistas, combinadas com os recursos de vigilância aérea israelenses, indicam que foi um bombardeio deliberado e direcionado, segundo analistas. Os jornalistas utilizavam capacetes e coletes à prova de balas com a palavra "Press" (Imprensa).
"É absolutamente fundamental ter respostas de Israel", declarou o diretor de Informação da AFP, Phil Chetwynd, que pediu às autoridades israelenses uma investigação aprofundada para descobrir o que aconteceu exatamente.
"Dois meses depois, ainda estamos à espera de respostas", afirmou. "A AFP deixou muito claro que iremos buscar todas as vias judiciais que considerarmos relevantes e possíveis para garantir que possamos obter justiça".
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que é "importante e apropriado" o início de "uma investigação completa e minuciosa".
Publicidade
Leia mais