Nações Unidas alertam que Rafah poderá em breve abrigar metade dos cerca de 2,2 milhões AFP
Publicado 09/12/2023 11:37 | Atualizado 09/12/2023 11:37
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Centenas de milhares de palestinos que fogem dos ataques israelenses triplicaram a população de Rafah, transformando essa pequena cidade ao sul de Gaza, na fronteira com o Egito, em um ponto crítico de uma das piores crises humanitárias do mundo.

As famílias deslocadas dos pontos ao norte pela guerra de Israel contra o Hamas lotaram escolas e outros abrigos além da capacidade e elevaram os aluguéis de pequenos apartamentos de US$ 100 antes da guerra para quase US$ 5.000.
Os recém-chegados a Rafah têm poucas opções além de acampar em parques e terrenos baldios, usar materiais recuperados como abrigo ou dormir nas intempéries com a chegada do inverno. As Nações Unidas alertam que Rafah poderá em breve abrigar metade dos cerca de 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza.

Grupos de ajuda humanitária já documentaram surtos de doenças, incluindo hepatite, raiva e herpes, resultantes de superlotação, água inadequada e estações de tratamento de esgoto sobrecarregadas. A falta de combustível impede que as usinas de dessalinização tratem totalmente a água, causando diarreia generalizada.

"Em toda parte há famílias nas ruas, porque não têm outro lugar para ficar", disse Mustafa Ayad, que fugiu da Cidade de Gaza no início da guerra com 13 membros da família.

As pessoas estão cortando árvores para obter lenha ou retirando-a de casas bombardeadas para cozinhar e ferver água potável. Os preços dos alimentos e da água engarrafada estão subindo, enquanto os suprimentos de medicamentos e produtos sanitários, como fraldas e absorventes internos, estão diminuindo. 
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