Publicado 10/12/2023 12:53
Argentina - Javier Milei, economista libertário e ultraliberal de 53 anos, assumiu neste domingo (10) a Presidência da Argentina, determinado a realizar um tratamento de choque para retirar o país da sua agonizante crise econômica, embora precise do apoio da oposição.
Alheio à política tradicional, à qual se refere depreciativamente como "a casta", Milei foi empossado perante o Parlamento, entre aplausos e gritos de "liberdade, liberdade!".
"Juro por Deus e pelo país sobre esses santos evangelhos", proclamou Milei, seguindo o protocolo usual. Em seguida, recebeu a faixa e o bastão das mãos do presidente cessante, Alberto Fernández. Ao seu lado, a vice-presidente, Victoria Villarruel, prestou o mesmo juramento.
Em frente ao Congresso, milhares de pessoas se reuniram para celebrar sua posse. Vestidos com camisas da seleção de futebol e portando bandeiras argentinas, os apoiadores de Milei aguardavam seu discurso na praça.
"Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso", disse Milei a seus apoiadores. "Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo", acrescentou.
Vários líderes latino-americanos comparecem à posse de Milei, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Peña; e europeus, entre eles o ucraniano Volodymyr Zelensky e o húngaro Viktor Orban, além do rei da Espanha, Felipe VI.
"Hoje é uma festa que todos merecemos, temos que deixar a corrupção para trás, isso acabou. Acho que a partir de agora vamos evoluir. Não acredito que haja um governo pior do que o anterior, então se este funcionar 50% já é suficiente. Darei o tempo que for necessário", disse à AFP Fabián Armilla, funcionário judicial de 60 anos.
Obrigado a conciliar
Alheio à política tradicional, à qual se refere depreciativamente como "a casta", Milei foi empossado perante o Parlamento, entre aplausos e gritos de "liberdade, liberdade!".
"Juro por Deus e pelo país sobre esses santos evangelhos", proclamou Milei, seguindo o protocolo usual. Em seguida, recebeu a faixa e o bastão das mãos do presidente cessante, Alberto Fernández. Ao seu lado, a vice-presidente, Victoria Villarruel, prestou o mesmo juramento.
Em frente ao Congresso, milhares de pessoas se reuniram para celebrar sua posse. Vestidos com camisas da seleção de futebol e portando bandeiras argentinas, os apoiadores de Milei aguardavam seu discurso na praça.
"Hoje começa uma nova era na Argentina, uma era de paz e prosperidade, uma era de crescimento e desenvolvimento, uma era de liberdade e progresso", disse Milei a seus apoiadores. "Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo", acrescentou.
Vários líderes latino-americanos comparecem à posse de Milei, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Peña; e europeus, entre eles o ucraniano Volodymyr Zelensky e o húngaro Viktor Orban, além do rei da Espanha, Felipe VI.
"Hoje é uma festa que todos merecemos, temos que deixar a corrupção para trás, isso acabou. Acho que a partir de agora vamos evoluir. Não acredito que haja um governo pior do que o anterior, então se este funcionar 50% já é suficiente. Darei o tempo que for necessário", disse à AFP Fabián Armilla, funcionário judicial de 60 anos.
Obrigado a conciliar
Terceira economia da América Latina, a Argentina registra uma inflação anualizada superior a 140% e uma taxa de pobreza superior a 40%. Para enfrentar esta crise, Milei propôs medidas drásticas para cortar gastos públicos, reduzir o Estado e liberalizar em um país habituado durante anos a subsídios e déficits fiscais.
"Acho que vai ser difícil nos primeiros anos, ele já espera devido à situação do país, mas tenho muita fé", comentou Federica Diggiano, uma estudante, de 20 anos, que o aguardou em frente ao Parlamento.
A Liberdade Avança, o partido de extrema direita de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que o obriga a conciliar muitas das suas reformas com outras forças políticas.
"Há uma tentativa de expandir a coalizão e ampliar um pouco mais o apoio legislativo do governo. Mas tudo isso tem um preço. Se negociar, não será tão anticasta", disse à AFP o cientista político Diego Reynoso.
Prova de fogo
"Acho que vai ser difícil nos primeiros anos, ele já espera devido à situação do país, mas tenho muita fé", comentou Federica Diggiano, uma estudante, de 20 anos, que o aguardou em frente ao Parlamento.
A Liberdade Avança, o partido de extrema direita de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que o obriga a conciliar muitas das suas reformas com outras forças políticas.
"Há uma tentativa de expandir a coalizão e ampliar um pouco mais o apoio legislativo do governo. Mas tudo isso tem um preço. Se negociar, não será tão anticasta", disse à AFP o cientista político Diego Reynoso.
Prova de fogo
O presidente terá, no entanto, a liberdade de decidir sobre a desvalorização do peso e algumas medidas de redução de gastos. A dolarização, tema central da sua campanha, foi suspensa enquanto se aguardam os primeiros resultados do seu plano econômico.
"A primeira prova de fogo decisiva para o presidente será decidir se ele vai realmente interromper a emissão [de dinheiro] ou se adota uma postura mais pragmática e deixa para depois o objetivo da não emissão", disse à AFP o economista Víctor Beker, da Universidade de Belgrano.
"Teríamos uma situação de aumento dos preços, sem dinheiro no bolso das pessoas. Haverá um choque entre as promessas e a realidade. Veremos qual será o resultado", acrescentou.
De um total de 18 ministérios do governo de Alberto Fernández, o de Milei sairá apenas com metade. Depois de alertar que provavelmente haverá estagflação nos primeiros dias de seu governo, Milei garantiu que manterá a assistência social aos mais necessitados.
Mas assim como há entusiasmo entre os seus apoiadores, outros estão preocupados com o que está por vir. "Acho que a inflação continuará, talvez pior do que antes. Não vejo nada de bom no futuro", disse Martina Soto, uma mulher de 66 anos, perto do Congresso.
"A primeira prova de fogo decisiva para o presidente será decidir se ele vai realmente interromper a emissão [de dinheiro] ou se adota uma postura mais pragmática e deixa para depois o objetivo da não emissão", disse à AFP o economista Víctor Beker, da Universidade de Belgrano.
"Teríamos uma situação de aumento dos preços, sem dinheiro no bolso das pessoas. Haverá um choque entre as promessas e a realidade. Veremos qual será o resultado", acrescentou.
De um total de 18 ministérios do governo de Alberto Fernández, o de Milei sairá apenas com metade. Depois de alertar que provavelmente haverá estagflação nos primeiros dias de seu governo, Milei garantiu que manterá a assistência social aos mais necessitados.
Mas assim como há entusiasmo entre os seus apoiadores, outros estão preocupados com o que está por vir. "Acho que a inflação continuará, talvez pior do que antes. Não vejo nada de bom no futuro", disse Martina Soto, uma mulher de 66 anos, perto do Congresso.
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