Venezuela e Guiana disputam território de EssequiboFrederico Parra/AFP
Publicado 11/12/2023 12:05
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A Venezuela abriu um escritório do serviço de identificação e migração (Saime) perto do Essequibo, território em disputa com a vizinha Guiana, com a intenção de oferecer documentos de identidade aos moradores desta região, informaram as autoridades locais neste domingo (10).
O escritório abriu no sábado na cidade mineira de Tumeremo (estado de Bolívar, na fronteira com o Essequibo), que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, decretou como área político-administrativa "provisória" para tratar de temas relacionados com o território que reivindica.
Depois da realização do controverso referendo na Venezuela, no domingo passado, quando 95% dos eleitores apoiaram a inclusão do Essequibo como parte do território venezuelano, Maduro anunciou a criação de uma autoridade única para a Guiana Essequiba, como nomeou este território administrado pela Guiana. Trata-se de um passo anterior à criação de um eventual estado, cuja capital provisória é Tumeremo.
O general Alexis Rodríguez Cabello, autoridade única designada para o Essequibo, acompanhou a abertura do escritório do Saime, que "beneficiará a população de Tumeremo e do Essequibo", segundo um comunicado do governo de Bolívar, divulgado neste domingo.
Não está claro como será o trâmite para que qualquer um dos 125.000 habitantes do Essequibo, que têm documentos guianenses, peçam a nacionalidade venezuelana, sobretudo porque Tumeremo fica a pelo menos 100 km de San Martín de Turumbán, cidade venezuelana mais próxima fronteiriça com o território disputado.
"Há pessoas que temos cédulas vencidas, perdidas, roubadas, extraviadas e deterioradas", disse à AFP María Graterol, uma administradora de 52 anos. "Graças a Deus, isto (o escritório) é um fato", acrescentou.
Em Tumeremo também vai funcionar uma "zona de defesa integral", uma divisão militar territorial, sobre a qual não foram divulgados maiores detalhes.
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