Publicado 25/12/2023 21:11
Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta segunda-feira (25), relatos "comoventes" reunidos por suas equipes em um hospital na Faixa de Gaza, onde chegaram as vítimas de um bombardeio em um campo de refugiados.
"A equipe da OMS ouviu depoimentos comoventes da equipe médica e das vítimas sobre os sofrimentos infligidos pelas explosões", afirmou o chefe da agência de saúde da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X. "Uma criança perdeu toda a sua família no bombardeio ao campo. Uma enfermeira do hospital sofreu a mesma perda, toda a sua família morreu", acrescentou.
O Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, diz que pelo menos 70 pessoas morreram no ataque ocorrido no domingo à noite em Al-Maghazi, no centro do território palestino.
Não foi possível confirmar esse número de forma independente. O Exército israelense afirma que está "verificando o incidente".
No hospital Al-Aqsa de Deir al-Balah, no centro da Faixa, muitos corpos estavam alinhados em sacos mortuários brancos antes dos funerais.
O hospital relatou que centenas de feridos chegaram ao local após o bombardeio, de acordo com o chefe da OMS.
"O número de pacientes atendidos pelo hospital ultrapassa em muito sua capacidade em leitos e pessoal", enfatizou. "Muitos não sobreviverão à espera", acrescentou.
"Este último bombardeio contra uma comunidade de Gaza mostra por que é necessário um cessar-fogo imediato", escreveu.
Sean Casey, membro da missão da OMS, contou ter participado dos cuidados a uma criança de nove anos, chamada Ahmed, gravemente ferida. "Ele foi tratado apenas com sedativos para aliviar seu sofrimento antes de morrer", descreveu em um vídeo feito no hospital.
"Estava atravessando a rua em frente ao abrigo onde sua família estava, e o prédio ao lado foi atingido", disse. "Foi atingido por estilhaços e destroços, e seu tecido cerebral foi danificado.”
"Ninguém pode fazer nada por ele. Como em tantos lugares aqui, não há capacidade para tratar casos neurológicos complexos, casos traumáticos complexos", lamentou. "Esta situação é inaceitável", ressaltou com raiva. "Isso precisa parar."
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