Publicado 02/01/2024 15:31
A Somália garantiu, nesta terça-feira (2), que defenderá sua soberania por "todos os meios legais", um dia após a assinatura de um acordo classificado como "agressão" entre a região separatista da Somalilândia e a Etiópia, que dá a esta última acesso ao mar.
O texto prevê a concessão à Etiópia de 20 quilômetros de acesso ao Golfo de Áden e ao Mar Arábico no território da Somalilândia, em particular no porto de Berbera, por um período de 50 anos.
Em troca, "a Etiópia reconhecerá formalmente a República da Somalilândia", celebrou na segunda-feira Muse Bihi Abdi, líder deste território nunca reconhecido pela comunidade internacional desde que proclamou unilateralmente sua independência da Somália em 1991.
O acordo foi assinado depois que Somália e Somalilândia decidiram, na semana passada, retomar as negociações para resolver questões pendentes após anos de tensão política e impasse.
"A Somalilândia faz parte da Somália, segundo a Constituição somali, por isso a Somália considera esta medida uma violação flagrante de sua soberania e unidade", reagiu o governo somali em um comunicado.
"Em resposta, o governo somali chamou seu embaixador na Etiópia para consultas", acrescentou.
"Quero assegurar-lhes que estamos determinados a defender o país. Não permitiremos que nem um centímetro de terra, mar e céu seja violado”, declarou o primeiro-ministro somali, Hamza Abdi Barre.
A Somália também lançou um apelo à ONU, à União Africana, à Liga Árabe e ao grupo regional da África Oriental, entre outros, "para que defendam o direito da Somália de defender sua soberania e obrigar a Etiópia a aderir às leis internacionais".
O acordo entre a Etiópia e a autoproclamada República da Somalilândia "abrirá o caminho para a realização da aspiração da Etiópia de garantir seu acesso ao mar", afirmou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, publicado ontem na rede social X (antigo Twitter).
Em outra publicação no X, Alexis Mohamed, assessor do presidente de Djibuti, Ismail Omar Guelleh, afirmou que a região "não precisa de mais focos de conflito".
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