Publicado 09/01/2024 14:38
Funcionários palestinos acusaram Israel nesta terça-feira (9) de um "crime brutal", após a divulgação nas redes sociais de imagens que, supostamente, mostram um veículo militar atropelando um soldado morto na Cisjordânia ocupada.
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, afirmou que as imagens foram capturadas durante uma operação militar na cidade de Tulkarem.
O exército israelense confirmou ter matado três "terroristas" na segunda-feira (8) e que houve confrontos armados nos arredores de Tulkarem, mas ainda não respondeu aos pedidos da AFP de comentários sobre as imagens.
"Este crime complexo e brutal não é o primeiro e não será o último da série de crimes da ocupação e dos milicianos colonizadores terroristas", declarou o ministério palestino em um comunicado.
Desde o ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro, que desencadeou uma guerra em Gaza, a violência na Cisjordânia atingiu seu pior nível em quase duas décadas.
As forças israelenses costumam realizar incursões na Cisjordânia que frequentemente acabam em confrontos com combatentes palestinos.
De acordo com o Hamas, os três mortos eram combatentes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do partido Fatah, do presidente palestino Mahmud Abbas.
As Brigadas confirmaram a morte de três dos seus combatentes. Na terça-feira, grandes multidões marcharam por Tulkarem durante os funerais dos homens, relatou um correspondente da AFP.
As imagens compartilhadas nas redes sociais parecem ter sido capturadas por uma câmera de segurança e mostram um veículo blindado passando lentamente sobre um corpo aparentemente sem vida. Em seguida, o veículo faz outro movimento para esmagar novamente o corpo com suas rodas traseiras.
As incursões do exército israelense e os ataques de colonos na Cisjordânia causaram a morte de pelo menos 333 pessoas desde 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde palestino, com sede em Ramallah.
Israel ocupa a Cisjordânia, onde vivem cerca de três milhões de palestinos, desde 1967. Cerca de 490.000 israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia considerados ilegais pelo direito internacional.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.