Publicado 10/01/2024 15:37 | Atualizado 10/01/2024 15:41
O presidente polonês, Andrzej Duda, disse nesta quarta-feira (10) estar "profundamente comovido" com a prisão de um ex-ministro no Palácio presidencial e pediu calma entre seus compatriotas.
O país, liderado há quase um mês por uma coalizão pró-União Europeia, que afastou do poder os conservadores nacionalistas do partido Lei e Justiça (PiS), está imerso em uma crise política em que ambos os lados se acusam de violações do Estado de direito.
O ex-ministro do Interior, Mariusz Kamiski, e seu colaborador próximo, Maciej Wasik, foram detidos no final da tarde de terça-feira (9) no Palácio presidencial, onde haviam se refugiado por convite do chefe de Estado conservador, aliado do governo anterior.
O presidente da Polônia afirmou na quarta-feira, em uma declaração à imprensa, estar convencido da inocência deles e de que a prisão foi ilegal. Ele destacou, ainda, que atuaria "de forma legal" para que ambos sejam liberados e fez um apelo por calma.
"Faço um pedido a todos os meus compatriotas. Acredito firmemente que (...) somos capazes de restaurar a honestidade e a justiça no Estado polonês", disse.
Em dezembro, um tribunal polonês condenou, em recurso, os dois homens a penas de dois anos de prisão severa, por terem excedido suas funções em um caso que remonta a 2007.
Kamiski era o chefe do Escritório Central Anticorrupção, na época, e foi condenado por orquestrar um falso caso de corrupção contra um funcionário político.
Eleitos deputados nas eleições de outubro, os dois homens perderam seus mandatos parlamentares - embora ambos insistam em não reconhecer a anulação.
"Considero minha condenação por lutar contra a corrupção e a ação ilegal para me privar de meu mandato parlamentar como um ato de vingança política", declarou Kamiski em comunicado enviado ao Ministério da Justiça.
Ele anunciou, nesta quarta-feira, o início de uma greve de fome, alegando ser um "prisioneiro político". O governo atual afirma que Kamiski e Wasik foram enviados para a prisão após uma decisão judicial independente.
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