Publicado 11/01/2024 08:19 | Atualizado 11/01/2024 08:23
O Ministro da Justiça da África do Sul, Ronald Lamola, presta depoimento na Corte Internacional nesta quinta-feira (11). O país é contra o que considera um genocídio de Israel contra o povo palestino.
Em seu depoimento, Lamola afirmou que ''o primeiro ato genocida de Israel é o assassinato em massa de palestinos em Gaza. Ninguém é poupado, nem mesmo recém-nascidos. Os chefes da ONU descreveram-no como um cemitério de crianças'', disse.
Ainda segundo Lamola, os soldados de Israel ''acreditam que as suas ações são aceitáveis porque a destruição da vida palestina em Gaza é uma política estatal articulada'', garantiu.
Ele também aponta que ''os palestinos experimentaram opressão e violência sistemáticas durante os últimos 76 anos (desde que o Estado de Israel foi criado), em 6 de outubro de 2023, e todos os dias desde 7 de outubro de 2023'', declarou.
Israel deverá responder as acusações, na Corte Internacional de Justiça, nesta sexta-feira (11).
Intenção
Segundo o representante sul-africano, as ações de Israel tem intenção muito clara de acabar com a população local e pode-se ''inferir'' a ação de genocídio.
''Israel está cometendo ações que se enquadram na definição de genocídio'' e que ''essas ações mostram padrões sistemáticos de conduta a partir dos quais o genocídio pode ser inferido'', afirmou.
''Os líderes políticos, comandantes militares e pessoas que ocupam cargos oficiais de Israel declararam sistematicamente e em termos explícitos a sua intenção genocida'', completou.
A Guerra
O conflito foi desencadeado após os ataques do Hamas em território israelense, em 7 de outubro do ano passado. O atentado causou 1.140 mortes, além de cerca de 240 sequestros.
Em resposta, Israel bombardeia a região de Gaza diariamente, além de realizar operações terrestres. Em mais de uma oportunidade, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que tem três objetivos no confronto: resgatar os reféns, aniquilar o Hamas e garantir que um ataque como o de 7 de outubro nunca mais aconteça.
O último balanço do Ministério da Saúde do Hamas aponta para mais de 23.357 mortos e quase 60 mil feridos na região da Faixa de Gaza.
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