Lior Haiat, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de IsraelReprodução
Publicado 11/01/2024 11:38 | Atualizado 11/01/2024 12:14
Israel acusou a África do Sul, nesta quinta-feira, 11, de agir como o "braço jurídico" do grupo terrorista Hamas, depois que esse país acusou-o de "genocídio" perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, devido ao alcance de sua guerra em Gaza.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, descreveu as acusações da África do Sul como "um dos maiores espetáculos de hipocrisia da história". As declarações são uma resposta aos depoimentos de autoridades da África do Sul no CIJ. Segundo Ronald Lamola, ministro da Justiça do país africano, os sul-africanos são contra o que considera um genocídio de Israel contra o povo palestino.
Em depoimento nesta quinta, Lamola afirmou que ''o primeiro ato genocida de Israel é o assassinato em massa de palestinos em Gaza. Ninguém é poupado, nem mesmo recém-nascidos. Os chefes da ONU descreveram-no como um cemitério de crianças'', disse. O ministro garantiu que os soldados de Israel ''acreditam que as suas ações são aceitáveis porque a destruição da vida palestina em Gaza é uma política estatal articulada''.
Advogada da África do Sul na corte, Adila Hassim também depôs a CIJ e pontuou que a campanha de bombardeios israelenses busca "destruir as vidas dos palestinos" e coloca a população "à beira da fome". Ela também advertiu que "a situação é tal que os especialistas preveem que mais pessoas em Gaza poderão morrer de fome e doenças" do que devido a ações militares". 
"Os genocídios nunca são declarados antecipadamente, mas esse tribunal conta com as últimas 13 semanas de provas que mostram, de forma irrefutável, um modelo de comportamento e de intenção que justifica uma acusação verossímil de atos genocidas", declarou Hassim. 
Convenção para prevenção do genocídio
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu após o ataque de 7 de outubro do movimento islamista palestino em solo israelense, que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeia sem cessar esse enclave palestino, sob um rígido cerco. Mais de 23.350 pessoas, a maioria mulheres e menores, morreram, informou o Ministério da Saúde do Hamas na quarta-feira.

A África do Sul argumenta que Israel não está cumprindo suas obrigações no âmbito da Convenção para a Prevenção e Sanção do Crime de Genocídio, um tratado de 1948 criado precisamente após o Holocausto, no qual os nazistas e seus colaboradores exterminaram seis milhões de judeus europeus.
*Com informações da AFP
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