Publicado 18/01/2024 18:42
Cidade do Panamá - A grave seca que começou no ano passado no Panamá forçou as autoridades a reduzirem em 36% as travessias de navios pelo Canal, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. E os novos cortes anunciados, na quarta-feira, pelas autoridades do Panamá deverão desferir um golpe econômico ainda maior do que o anteriormente esperado.
Os administradores do canal estimam agora que a redução dos níveis de água pode diminuir as receitas entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões em 2024, em comparação com estimativas anteriores de US$ 200 milhões.
Uma das secas mais severas já registradas no país centro-americano provocou o caos na rota marítima de 80 quilômetros, causando um engarrafamento de navios, lançando dúvidas sobre a viabilidade do canal para o transporte marítimo internacional e levantando preocupações sobre o seu impacto no comércio global.
Na quarta-feira, o administrador do Canal do Panamá, Ricaurte Vásquez, disse que as travessias diárias de navios no canal serão reduzidas para 24, depois que restrições graduais foram implementadas no ano passado, ante um ritmo de 38 travessias por dia em tempos normais.
"É vital que o país envie uma mensagem de que vamos lidar com esse assunto e encontrar uma solução para este problema da água", disse Vásquez.
Vásquez acrescentou que, no primeiro trimestre do ano fiscal, a passagem teve 20% menos carga e 791 navios a menos que no mesmo período do ano anterior.
Foi uma "redução significativa" para o país, disse Vásquez. Mas o responsável disse que uma gestão mais "eficiente" da água e um aumento nas chuvas em novembro podem, pelo menos, garantir que os níveis de água sejam suficientemente altos para a passagem diária de 24 navios até ao final de abril, quando começa a próxima estação chuvosa.
As autoridades do canal atribuíram a seca ao fenômeno climático El Niño e às alterações climáticas, alertando que era urgente que o Panamá procurasse novas fontes de água tanto para as operações do canal como para o consumo humano. Os mesmos lagos que enchem o canal também fornecem água para mais de 50% do país, com mais de 4 milhões de habitantes.
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