Putin governa a Rússia desde 1999Alexander Zemlianichenko/AFP
Publicado 23/01/2024 12:04
A Rússia negou nesta terça-feira, 23, na ONU que tenha deportado milhares de crianças ucranianas para seu território desde que começou a invasão da Ucrânia, apesar das acusações de Kiev, da Justiça internacional e de várias ONGs.
O Comitê de Direitos das Crianças das Nações Unidas, que analisa o caso no marco de uma reunião ordinária, pediu à Rússia na segunda-feira (22) que responda às "acusações de deportação".
"Desde fevereiro de 2022, a Federação da Rússia não se envolve em deportações de cidadãos ucranianos a seu território", respondeu nesta terça-feira o chefe da delegação russa, Alexei Vóvchenko, vice-ministro de Trabalho e da Previdência Social.
"Cerca de três milhões de residentes da Ucrânia, incluindo várias crianças, foram acolhidos na Federação Russa. A maioria das crianças vieram com suas famílias ou tutores, foram instaladas em abrigos temporários ou com parentes", explicou. O vice-ministro afirmou ainda que acompanha a situação de "mais de 5.000 crianças".
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, reivindica a anexação de cinco regiões ucranianas. Começou com a Crimeia em 2014, seguida, em 2022, pelas regiões de Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhyia e Kherson.
A Ucrânia estima que 20 mil crianças ucranianas tenham sido enviadas à força para a Rússia. Cerca de 400 foram repatriadas pelas autoridades.
No ano passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu ordens de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, pela "deportação" de milhares de crianças ucranianas.
A Rússia rejeita veementemente essas acusações e afirma que "o reassentamento das crianças evacuadas é realizado, principalmente, a seu pedido e com seu consentimento", segundo um documento que a Rússia enviou ao Comitê de Direitos da Criança no ano passado.
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