Publicado 24/01/2024 08:54
Os Estados Unidos expressaram nesta quarta-feira, 24, sua "profunda preocupação" com as ordens de prisão de 33 pessoas na Venezuela e pediram "o fim do assédio por motivos políticos" no país, após a oposição denunciar atos intimidatórios.
Na segunda-feira, 22, as autoridades venezuelanas anunciaram que, em 2023, cinco supostas conspirações para assassinar o presidente Nicolás Maduro foram frustradas e levaram à prisão de 32 pessoas. O Ministério Público anunciou novas prisões na terça-feira, sem especificar o número.
Relatos de assassinatos são frequentes no chavismo, que completa 25 anos no poder em 2024 e tem sua continuidade em jogo em eleições ainda sem data.
O governo do presidente democrata Joe Biden "está profundamente preocupado com a emissão de ordens de prisão e detenções contra pelo menos 33 venezuelanos, incluindo membros da oposição democrática, sociedade civil, ex-militares e jornalistas", afirma o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em um comunicado.
"As prisões sem o devido processo vão contra o espírito do acordo sobre o rumo eleitoral de outubro de 2023", assinado entre a oposição e o governo venezuelano em Barbados, lembra Miller.
A líder da oposição María Corina Machado, que aspira a ser candidata nas eleições presidenciais apesar de ter sido inabilitada, relatou intimidação à sua campanha após a sede de seu partido, Vente Venezuela, ter sido pichada com o slogan "Fúria Bolivariana".
Washington expressou solidariedade à oposição. "Apelamos ao fim do assédio por motivação política, incluindo os ataques às sedes de campanha da oposição e a todos os esforços para reprimir as aspirações democráticas do povo venezuelano através do medo e da intimidação", destaca o Departamento de Estado.
Apesar de não reconhecerem a reeleição de Maduro em 2018, que consideram fraudulenta, os Estados Unidos relaxaram o embargo ao petróleo do país em compensação pelo acordo de Barbados, que determina a realização de presidenciais no segundo semestre de 2024 sob observação internacional.
Desde outubro, Washington alerta que tomará medidas, caso o acordo não seja cumprido. Nesta terça-feira reforçou o aviso.
"Os Estados Unidos continuam a apoiar o povo venezuelano em seu desejo de uma restauração pacífica da democracia" e "as ações contra" o acordo de Barbados "terão consequências", afirma o comunicado, que pede um "cronograma claro para as eleições" e a "reabilitação de todos os candidatos políticos".
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