Arnaud Rousseau, de frente na imagem, é um dos líderes do movimento agrícola francêsAFP
Publicado 29/01/2024 09:44
Os agricultores franceses, que iniciaram há 11 dias uma série de protestos para denunciar sua situação laboral, começaram nesta segunda-feira (29) a preparar o "cerco" a Paris, ao considerarem insuficiente a resposta do governo.
O sindicato agropecuário majoritário, FNSEA, e os Jovens Agricultores convocaram um "cerco da capital por tempo ilimitado" a partir das 14h (10h em Brasília), que prevê o bloqueio das principais vias de acesso.
Convocados pelo sindicato da Coordenação Rural, cerca de 30 tratores saíram de Agen (sudoeste), na manhã de hoje, em direção ao mercado atacadista de Rungis, um dos maiores do mundo e que abastece a capital com produtos agrícolas.
"A ideia é arrastar toda a França com a gente, enquanto subimos para Paris", disse à AFP Serge Bousquet-Cassagne, de 64 anos, que estimou que o comboio chegará "na noite de terça, ou na manhã de quarta-feira".
As autoridades, que até agora evitaram tentar conter as ações dos agricultores, anunciaram, no entanto, a mobilização de 15.000 policiais para impedir a entrada de tratores em Paris e em outras grandes cidades francesas.
O presidente Emmanuel Macron também ordenou que se evite o bloqueio do Mercado de Rungis, cerca de sete quilômetros ao sul da capital, e dos aeroportos parisienses de Orly e de Charles de Gaulle-Roissy, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin.
Os agricultores consideram insuficientes os anúncios feitos na sexta-feira pelo primeiro-ministro Gabriel Attal, como a supressão do aumento do preço do diesel para uso agrícola, e pediram-lhe para "ir mais longe" para responder à revolta agrária.
Os camponeses denunciam a queda de receita, as baixas aposentadorias, a complexidade administrativa, a inflação das normas ambientais e a concorrência estrangeira, especialmente o acordo negociado entre a União Europeia e os países do Mercosul.
"Enquanto estas exigências não forem satisfeitas, a mobilização será total", advertiu Arnaud Rousseau, líder da FNSEA, que ainda assim pediu "calma e determinação" nesta "semana de todos os perigos".
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