Prefeitura de Londres alerta para o aumento de 30% no número de moradores de rua comparado ao mesmo período em 2023Matt Brown / Flicker
Publicado 31/01/2024 11:47
O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, denunciou, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, 31, a indiferença do governo conservador britânico ante o aumento do número de pessoas sem-teto na capital.
Mais de 1.200 pessoas dormiam nas ruas da capital no início de janeiro, quando a cidade ativou seu plano de ajuda de emergência, porque as temperaturas haviam caído abaixo de zero.
Esse total representa "um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado", alerta a prefeitura no comunicado. O texto relata ainda que, entre outubro e dezembro de 2023, os serviços sociais da cidade ajudaram 8% mais pessoas em situação de rua do que no mesmo intervalo de 2022.
Este aumento se explicaria, na opinião da prefeitura, pela crise do custo de vida que assola o Reino Unido há mais de um ano e pelo aumento dos aluguéis na capital.
A prefeitura também destaca, no entanto, a aplicação estrita da norma que obriga os demandantes de asilo que obtiveram o "status" de refugiado a deixarem seu alojamento temporário financiado pelo Estado após um máximo de 28 dias.
De acordo com a nota, 19% dos mais de 1.200 sem-teto que foram ajudados no âmbito do plano de ajuda de emergência no início de janeiro haviam acabado de obter o "status" de refugiado e "haviam sido recentemente despejados de abrigos administrados pelo Home Office (Ministério do Interior)".
O governo "fecha os olhos ante a magnitude dessa crise nacional, denuncia o prefeito de Londres, Sadiq Khan, que exige 20 milhões de libras adicionais (US$ 25,3 milhões, ou R$ 123,9 milhões na cotação atual) para financiar moradias de emergência durante o inverno e um aviso prévio suficiente para as pessoas despejadas pelo Home Office poderem encontrar um novo teto.
O município anunciou que irá utilizar 17 milhões de libras (US$ 21,5 milhões, ou R$ 105,3 milhões na cotação atual) nos próximos anos para financiar locais de alojamento de emergência.
"Esses novos números são muito preocupantes e deveriam servir de alerta para o governo", insistiu Khan.
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