Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenMandel Ngan/AFP
Publicado 01/02/2024 16:28
Os Estados Unidos impuseram sanções, nesta quinta-feira (1º), a um grupo de colonos judeus acusados de violência contra civis palestinos na Cisjordânia, em uma medida rara contra israelenses em meio à guerra com o grupo islamista palestino Hamas, informaram fontes oficiais americanas.
Estas sanções fazem parte de uma ordem executiva emitida pelo presidente Joe Biden, destinada a punir pessoas acusadas de ataques, ou de "atos de terrorismo", ou que "prejudiquem a paz, a estabilidade e a segurança" no território, indicaram.
Os Estados Unidos anunciarão sanções iniciais contra quatro pessoas. Todos os ativos que tiverem nos Estados Unidos serão bloqueados, e os americanos serão proibidos de realizar transações financeiras com eles.
Essas são as primeiras sanções financeiras contra colonos, embora o governo Biden tenha anunciado anteriormente que negaria vistos a extremistas envolvidos em atos de violência.
A medida foi anunciada no dia em que Biden viaja para Michigan, um estado crucial na eleição presidencial de novembro e lar de uma importante comunidade árabe-americana, onde cresceu o descontentamento pelo apoio de Biden a Israel.
A violência dos colonos judeus alcançou "níveis intoleráveis", escreveu Biden em sua ordem executiva.
Ao explicar as novas ações, um funcionário de alto escalão do governo americano disse que Biden tem colocado, sistematicamente, para Israel, sua preocupação em relação à violência dos colonos.
"Essas ações representam uma séria ameaça à paz, à segurança e à estabilidade na Cisjordânia, em Israel e na região do Oriente Médio", disse a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.
"Também obstruem a realização, em última análise, de um Estado palestino independente que coexista com o Estado de Israel e, por extensão, de uma paz e estabilidade duradouras tanto para os palestinos quanto para os israelenses", acrescentou.
Colonos israelenses mataram pelo menos dez palestinos e queimaram dezenas de casas na Cisjordânia ocupada em 2023, tornando o referido ano "mais violento" já registrado para ataques de colonos, segundo o grupo de direitos humanos Yesh Din.
Cerca de 490.000 colonos vivem entre cerca de três milhões de palestinos na Cisjordânia, em assentamentos considerados ilegais segundo o direito internacional.
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