Publicado 02/02/2024 19:11
O ministro da Economia de Cuba, Alejandro Gil, foi destituído pelo Conselho de Estado, em meio a mudanças de funcionários do alto escalão, em um contexto de crise causada pelo anúncio de um aumento dos preços dos combustíveis, anunciou nesta sexta-feira (2) o jornal oficial Granma.
O atual presidente do Banco Central, Joaquín Alonso Vázquez, assumirá o cargo que Gil - membro do Comitê Central do governante e único Partido Comunista de Cuba (PCC) - ocupava desde 2018.
Segundo o anúncio do governo, também foi destituído o ministro da Indústria Alimentar, outra área na mira das autoridades, que insistem na necessidade de incentivar a produção de alimentos, em um país que importa 100% da cesta básica, segundo dados oficiais.
As mudanças no governo Díaz-Canel ocorrem dois dias depois que autoridades adiaram um aumento de mais de 500% no preço dos combustíveis, sem anunciarem uma nova data para a entrada em vigor da medida.
"Foi tomada a decisão de adiar a implementação de uma decisão de governo vinculada à atualização dos preços dos combustíveis", disse a vice-primeira-ministra de Economia e Planejamento, Mildrey Granadillo, alegando a ocorrência de "um incidente de cibersegurança nos sistemas de informática cuja origem foi identificada em um vírus do exterior".
Autoridades haviam anunciado no começo do mês um aumento em 1º de fevereiro, como parte de um conjunto de medidas para tentar reduzir o déficit fiscal, de 18% em 2023.
Esse aumento "tem como objetivo comprar combustível" e "conseguir um abastecimento estável", explicou no começo do mês o ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy. Já Alejandro Gil declarou em dezembro que "o país não pode manter o preço do combustível, o mais barato do mundo".
Cuba enfrenta uma crise crônica de combustíveis agravada em abril de 2023, quando o governo a atribuiu ao não cumprimento dos compromissos dos países que fornecem petróleo bruto à ilha, devido ao fato de eles enfrentarem "uma situação energética complexa".
A Venezuela, principal fornecedor de Cuba, entrega à ilha 56 mil barris por dia, enquanto o México e a Rússia ajudaram no último ano a aliviar o déficit cubano.
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