Chilenos precisaram evacuar as pressas das residências devido aos incêndiosJavier Torres / AFP
Publicado 03/02/2024 07:52 | Atualizado 03/02/2024 12:46
Uma grande coluna de fumaça era vista nas zonas turísticas do centro do Chile, incluindo Viña del Mar e Valparaíso, onde teve início na sexta-feira, 2, um incêndio florestal ameaça centenas de residências e levou à retirada de moradores. Até o momento cerca de 19 pessoas morreram vítimas das chamas. 

"São 19 pessoas falecidas (…) todos os corpos foram retirados", disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, advertindo que esse balanço pode aumentar nas próximas horas. Quinze das vítimas fatais já foram identificadas, que também reportou 92 incêndios ativos e 43.000 hectares queimados.
Equipes de emergência combatem focos que afetam desde as últimas horas as regiões de Valparaíso e O'Higgins, no centro do país, além de Maule, Biobío, La Araucanía e Los Lagos, no sul, segundo autoridades. O presidente chileno Gabriel Boric decretou estado de emergência no país. 
Apenas em Valparaíso, o fogo consumiu 480 hectares, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf). Montanhas e colinas ardiam no fim da Rota 68, por onde milhares de turistas saíram hoje rumo às praias do Pacífico, segundo imagens publicadas em redes sociais por pessoas que ficaram bloqueadas nas estradas alternativas.

“Nunca vi nada igual, isto é muito angustiante, porque deixamos nossa casa, mas não podemos avançar. Todos tentam sair e é impossível se deslocar", contou a administradora Yvonne Guzmán, 63, que deixou sua casa em Quilpué, a cerca de 90 km de Santiago. "Recebemos o alerta pelo celular e depois começou a cair uma chuva de cinzas ardentes”, falou por telefone, enquanto recebia mensagens de vizinhos anunciando que as chamas aproximavam-se de sua casa.

Desde a última quarta-feira, as temperaturas se aproximam dos 40ºC na zona central do Chile, onde fica Santiago, aumentando o risco de incêndios. O Ministério dos Transportes decidiu hoje bloquear totalmente o trânsito devido à visibilidade reduzida pela fumaça na Rota 68, que vai de Santiago a Valparaíso.

“Esses eventos são cada vez mais recorrentes, por isso vemos anualmente recordes históricos de temperatura", disse ao canal de TV CNN Chile Pablo Lobos Stephani, gerente de proteção contra incêndios da Conaf.

Uma onda de calor com máximas de temperatura atingia nos últimos dias o Cone Sul americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global causado pela atividade humana, segundo especialistas.
*Com informações da AFP
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