Vittorio Emanuele di Saboia morreu em Genebra, na Suíça, neste sábado, 3 Reprodução
Publicado 03/02/2024 11:40 | Atualizado 03/02/2024 11:56
O príncipe Vittorio Emanuele de Savoia, filho do último rei da Itália, morreu neste sábado, 3, em Genebra, na Suíça, aos 86 anos, após um longo exílio, disse à AFP seu advogado, Sergio Orlandi, confirmando informações da imprensa local.

"Sua alteza real Vittorio Emanuele, duque de Savoia e príncipe de Nápoles, faleceu pacificamente em Genebra rodeado por sua família", anuncia um breve comunicado da Casa Real dos Saboia, citado pela imprensa italiana.

O texto especifica que o local e a data do funeral serão divulgados posteriormente. Questionado pela AFP, Orlandi confirmou sua morte. "Sim, faleceu esta manhã", escreveu.

Nascido em 12 de fevereiro de 1937, em Nápoles, Vittorio Emanuele de Savoia, foi o patriarca da Casa dos Saboia, que reinou na Itália unificada de 1861 a 1946, e filho do último monarca, Umberto II, que ocupou o trono entre maio e junho de 1946, quando a Itália se tornou uma República.

O aristocrata deixou o país aos nove anos, desterrado junto com todos os descendentes homens da casa real pela Constituição de 1946, como sanção pela colaboração de seu avô, Vittorio Emanuele III, com o regime fascista e pela assinatura de duas leis raciais.

Retornou a Itália em dezembro de 2002, após o levantamento do exílio votado pelo Parlamento italiano. Para obtê-lo, teve de jurar lealdade à República, gesto que rejeitou durante muito tempo.
Vida marcada por escândalos e polêmicas

Em 1978, foi acusado de matar a tiros o jovem turista alemão Dirk Hamer, no sul da Córsega. Após um longo processo, o príncipe, que alegou inocência, foi absolvido em 1991. A Netflix narra esse acontecimento na série "O príncipe que nunca foi rei", exibida na plataforma desde julho de 2023.

Em 2006, ele se viu envolvido em um caso de proxenetismo e caça-níqueis que lhe custou uma semana de prisão e um mês de prisão domiciliar.

O monarca se casou em 1970, em uma união civil, com a herdeira de uma rica família de industriais suíços de origem italiana, Marina Recolfi-Doria, campeã de esqui aquático. Como Umberto II era contrário ao matrimônio, a cerimônia religiosa foi realizada um ano depois, em privacidade, e tendo o xá do Irã como testemunha.
Família de Dick Hamer Reprodução / Netflix
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