Parisienses votam sobre a criação de taxas especiais de estacionamento para veículos SUVAFP
Publicado 04/02/2024 15:13
Os parisienses decidem neste domingo (4), por meio de um referendo, se devem triplicar as tarifas de estacionamento dos veículos utilitários esportivos, conhecidos como SUVs, acusados de serem altamente poluentes.
Cerca de 1,3 milhão de pessoas são esperada para votar "a favor ou contra a criação de uma tarifa específica para o estacionamento de automóveis individuais pesados, volumosos e poluentes".
O referendo visa aos SUVs, acrônimo em inglês para "Veículo Utilitário Esportivo", que combinam características de um carro de passeio com as de um 4x4.
"Por razões ecológicas", Caroline, uma professora de 51 anos, diz que votará a favor de triplicar as tarifas. "Francamente, não há necessidade de um SUV em Paris", critica.
"Ocupa muito espaço, polui e dificulta a circulação de bicicletas", observa Jerome, de 59 anos, com um capacete de bicicleta na mão.
De acordo com a prefeitura, a nova tarifa não afetará "os residentes parisienses e profissionais estacionados em sua zona de estacionamento autorizada, taxistas em estações específicas, artesãos, profissionais da saúde", ou pessoas com deficiência.
Se o "sim" ganhar, o visitante, cujo veículo a combustão ou elétrico híbrido plug-in ultrapassar 1,6 toneladas - duas toneladas, no caso de um veículo elétrico -, terá de pagar 18 euros por hora para estacionar nos distritos centrais de Paris, e 12 euros, para os distritos exteriores.
A prefeita Anne Hidalgo, do Partido Socialista, quer que a votação sirva para combater a poluição e melhorar a segurança das vias públicas, pois, segundo a prefeitura, acidentes relacionados a um SUV são duas vezes mais mortais para os pedestres do que com um carro comum.
A ONG WWF considera os SUVs uma "aberração" para o aquecimento global, porque são "200 quilos mais pesados, 25 cm mais longos, 10 cm mais largos" que os outros carros.
Além disso, eles exigem mais materiais para sua fabricação, consomem 15% mais combustível e emitem 20% mais CO2 do que um sedã.
As associações de motoristas criticam a iniciativa da prefeitura de Paris e afirmam que SUV é uma "denominação de marketing" que "não significa nada", afirma Yves Carra, porta-voz do Clube de Mobilidade da França.
Também são contra a iniciativa a oposição conservadora da prefeitura e o ministro francês da Transição Ecológica, Christophe Béchu.
"É uma forma de ecologia punitiva", disse ele à rádio RTL.
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