Antony Blinken, secretário de Estado dos EUAMark Schiefelbein/AFP
Publicado 07/02/2024 09:26
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pretende pressionar Israel nesta quarta-feira (7) para que o país aceite uma trégua que considera "essencial" na guerra contra o Hamas, que completa quatro meses.

O secretário de Estado tem reuniões previstas com as autoridades israelenses como parte de sua viagem pelo Oriente Médio, que incluiu escalas na Arábia Saudita, Egito e Catar.

O governo do Catar, que atuou como mediador em uma trégua temporária em novembro, afirmou que o Hamas respondeu a uma nova proposta de acordo para interromper os combates.

"A resposta inclui alguns comentários, mas em geral é positiva", destacou o primeiro-ministro catari, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, após uma reunião com Blinken em Doha.

O Hamas confirmou que respondeu às propostas apresentadas na semana passada em Paris pelo Catar e outros mediadores.

Blinken anunciou que discutirá a resposta do Hamas com as autoridades de Israel, depois de destacar que há "muito trabalho por fazer" e que um "acordo é possível e, certamente, essencial".

A agência de inteligência israelense, Mossad, também recebeu a resposta do Hamas, segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Mas o chefe Governo de Israel, que não comentou a resposta do grupo islamista palestino, afirmou na terça-feira: "Estamos a caminho de uma vitória total e não vão nos impedir".

A pressão por um cessar-fogo aumentou com o avanço das forças israelenses em direção a Rafah, na fronteira sul de Gaza com o Egito, onde mais de metade da população do pequeno território palestino buscou refúgio.

"A intensificação das hostilidades em Rafah, nesta situação, poderia levar à perda de vidas civis em larga escala e devemos fazer o possível para evitar isso", afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
A guerra

O conflito começou em 7 de outubro com um ataque do Hamas no sul de Israel que matou mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Os milicianos islamistas também sequestraram mais de 250 pessoas e 132 continuam em Gaza, incluindo 28 supostamente mortas.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva militar que matou mais de 27.500 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território.

Gaza foi devastada, seus hospitais destruídos e mais da metade de sua população de 2,4 milhões foi deslocada. O território enfrenta escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos.
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