Enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, se reuniu com representantes do paísFoto: AFP
Publicado 14/02/2024 15:47
O enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, instou nesta quarta-feira (14) o Conselho de Segurança a pôr fim à "perigosa escalada de violência" nesse país devastado por quase 10 anos de guerra, especialmente após os recentes ataques dos rebeldes huthis no Mar Vermelho.
Estes rebeldes iemenitas, que afirmam agir em solidariedade com os palestinos da Faixa de Gaza em meio ao conflito armado com Israel, atacaram dezenas de navios que transitavam pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Áden, um local estratégico para o comércio mundial.
Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam no Iêmen alvos desta milícia, que controla parte do território iemenita.
Nestas circunstâncias, e apesar das medidas tomadas em dezembro no sentido de um novo cessar-fogo entre os rebeldes huthis e o governo do Iêmen, "o caminho para a paz está repleto de obstáculos", lamentou Grundberg, ao informar o Conselho de Segurança sobre a situação do país mais pobre na Península Arábica.
"Devemos encontrar uma saída para esta espiral de violência perigosa", disse ele.
Para conseguir isso, é necessária uma "desescalada regional" e que as partes beligerantes do Iêmen "cessem as provocações públicas e se abstenham de todo oportunismo militar no país".
Embora tenha afirmado ter recebido "garantias de todas as partes de que preferem o caminho da paz", há sinais preocupantes em várias linhas de frente e um aumento de "ameaças públicas para retomar os combates", alertou.
Desde 2014, o Iêmen é palco de uma guerra civil entre o governo, apoiado desde 2015 por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, próximos do Irã e que controlam partes do país, assim como a capital Sanaa. O conflito causou centenas de milhares de mortes e provocou uma das piores crises humanitárias do mundo.
Segundo a ONU, a "taxa de desnutrição está entre as mais altas já registradas" e "17,6 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda em 2024".
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