Publicado 23/02/2024 11:19
Equipes de resgate realizaram buscas com suas próprias mãos em uma tentativa desesperada de salvar a família de Elizaveta Kravchenko, de 17 anos, na noite em que um míssil russo destruiu sua casa no leste da Ucrânia.
Uma ex-colega de classe de sua mãe chegou ao local em lágrimas, enquanto informava à polícia os nomes e idades das pessoas que poderiam estar sob os escombros. "Alguém está vivo?", perguntou com alguma esperança.
Equipados com lanternas, os socorristas carregaram o corpo de Liudmila Kravchenko, mãe de Elizaveta, em uma bolsa branca. Em seguida, encontraram o irmão da jovem, de 23 anos. Na madrugada, localizaram a avó, de 74 anos.
O bombardeio ocorreu na semana passada, no bairro de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, e deixou uma cratera de três metros de profundidade cheia de escombros e objetos de seus familiares espalhados pelo chão: álbuns de fotos, anotações, brinquedos. O impacto do míssil russo arrancou portas, janelas e telhados de cerca de 140 casas nos arredores.
Elizaveta retornou da capital, para onde se mudou há algumas semanas, para enterrar seus familiares na quinta-feira (22). Sua mãe, de 46 anos, planejava ir morar com a filha, segundo colegas de trabalho.
'Rezem por suas almas'
Uma ex-colega de classe de sua mãe chegou ao local em lágrimas, enquanto informava à polícia os nomes e idades das pessoas que poderiam estar sob os escombros. "Alguém está vivo?", perguntou com alguma esperança.
Equipados com lanternas, os socorristas carregaram o corpo de Liudmila Kravchenko, mãe de Elizaveta, em uma bolsa branca. Em seguida, encontraram o irmão da jovem, de 23 anos. Na madrugada, localizaram a avó, de 74 anos.
O bombardeio ocorreu na semana passada, no bairro de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, e deixou uma cratera de três metros de profundidade cheia de escombros e objetos de seus familiares espalhados pelo chão: álbuns de fotos, anotações, brinquedos. O impacto do míssil russo arrancou portas, janelas e telhados de cerca de 140 casas nos arredores.
Elizaveta retornou da capital, para onde se mudou há algumas semanas, para enterrar seus familiares na quinta-feira (22). Sua mãe, de 46 anos, planejava ir morar com a filha, segundo colegas de trabalho.
'Rezem por suas almas'
A adolescente tentava proteger a chama da vela que carregava do vento frio do inverno, enquanto um padre ortodoxo realizava uma missa fúnebre.
"Deus salvará seus corações amorosos e lhes dará a vida eterna. Rezem por suas almas", disse o padre Igor, agitando um incensário sobre os caixões.
O padre afirmou que precisou buscar forças na fé para realizar tantos funerais. "Isso deixa marcas na sua alma por muito tempo", afirmou.
Jornalistas da AFP próximos ao local ouviram as explosões que mataram a família de Elizaveta. Naquela noite, um cheiro forte de gás tomou o ar e as equipes de resgate gritaram por socorro para quem estivesse com luvas resistentes para auxiliá-los. Atordoado e chorando, o marido de Liudmila ligou para seu celular para ajudar a encontrá-la.
A mãe da adolescente era professora na região de Donetsk, uma área industrial que o Kremlin reivindica como parte da Rússia.
"Liudmila Volodimirivna era profundamente amada e respeitada", diz um obituário publicado online, que cita seus colegas de trabalho.
Na noite em que a família de Elizaveta morreu, a Rússia disparou três mísseis contra Kramatorsk, incluindo um projétil Kh-22, que possui longo alcance e tem capacidade nuclear — projetados na União Soviética para destruir alvos navais ou aéreos.
Segundo o Ministério da Defesa britânico, em terra, estes projéteis são "altamente imprecisos" e podem causar "danos colaterais significativos". Um destes tem um preço estimado em cerca de US$ 1 milhão (quase R$ 5 milhões na cotação atual).
"Deus salvará seus corações amorosos e lhes dará a vida eterna. Rezem por suas almas", disse o padre Igor, agitando um incensário sobre os caixões.
O padre afirmou que precisou buscar forças na fé para realizar tantos funerais. "Isso deixa marcas na sua alma por muito tempo", afirmou.
Jornalistas da AFP próximos ao local ouviram as explosões que mataram a família de Elizaveta. Naquela noite, um cheiro forte de gás tomou o ar e as equipes de resgate gritaram por socorro para quem estivesse com luvas resistentes para auxiliá-los. Atordoado e chorando, o marido de Liudmila ligou para seu celular para ajudar a encontrá-la.
A mãe da adolescente era professora na região de Donetsk, uma área industrial que o Kremlin reivindica como parte da Rússia.
"Liudmila Volodimirivna era profundamente amada e respeitada", diz um obituário publicado online, que cita seus colegas de trabalho.
Na noite em que a família de Elizaveta morreu, a Rússia disparou três mísseis contra Kramatorsk, incluindo um projétil Kh-22, que possui longo alcance e tem capacidade nuclear — projetados na União Soviética para destruir alvos navais ou aéreos.
Segundo o Ministério da Defesa britânico, em terra, estes projéteis são "altamente imprecisos" e podem causar "danos colaterais significativos". Um destes tem um preço estimado em cerca de US$ 1 milhão (quase R$ 5 milhões na cotação atual).
'Crime cínico'
Moscou não fez comentários sobre estes bombardeios, no entanto, o Kremlin reiterou que suas forças militares não atacam civis.
"Este crime cínico cometido pelos russos prova, mais uma vez, que não existem lugares absolutamente seguros na região de Donetsk", disse o governador da região.
O Exército russo está se aproximando de Kramatorsk, onde muitos ucranianos que fugiram de suas casas se refugiaram e que foi palco de um dos ataques mais mortais em dois anos de guerra.
Em abril de 2022, um bombardeio contra uma estação de trem matou mais de 60 pessoas. Antes do ataque, os militares russos haviam escrito em um dos mísseis: "por nossos filhos".
"Este crime cínico cometido pelos russos prova, mais uma vez, que não existem lugares absolutamente seguros na região de Donetsk", disse o governador da região.
O Exército russo está se aproximando de Kramatorsk, onde muitos ucranianos que fugiram de suas casas se refugiaram e que foi palco de um dos ataques mais mortais em dois anos de guerra.
Em abril de 2022, um bombardeio contra uma estação de trem matou mais de 60 pessoas. Antes do ataque, os militares russos haviam escrito em um dos mísseis: "por nossos filhos".
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