Publicado 28/02/2024 14:48
Um tribunal da Guatemala vai anunciar nesta quarta-feira (28) a sentença do julgamento de nove militares acusados de matar seis indígenas durante a operação para desocupar uma rodovia bloqueada em 4 de outubro de 2012, um caso conhecido como o "Massacre do 'Cume do Alaska'".
O coronel Juan Chiroy, o sargento Edin Agustín e sete soldados são acusados de abrir fogo contra os manifestantes bloqueavam a rodovia Interamericana em protesto contra o aumento da tarifa de energia elétrica e com outras reivindicações sociais.
Seis homens da etnia maya k'iche' morreram na operação, que aconteceu sob o governo do presidente de direita Otto Pérez (2012-2015), condenado em 2022 a 16 anos de prisão por corrupção, no que os líderes indígenas descrevem como o primeiro massacre executado pelas forças de segurança após o fim da guerra civil (1960-1996).
Mais de 30 indígenas também ficaram feridos, mas os militares foram julgados apenas por lesões em 14 pessoas.
O massacre aconteceu em um local conhecido como 'Cume do Alaska' devido à altitude e ao clima frio no trecho da rodovia entre os departamentos de Totonicapán e Sololá, quase 100 km ao oeste da capital.
A última audiência foi aberta na manhã desta quarta-feira pela juíza presidente do tribunal, María Eugenia Castellanos, que anunciará a sentença durante a tarde.
"Meu pedido é que me absolva (...), porque o que vi nesta audiência é que eles não podem provar que cometi um crime", disse ao tribunal o soldado Abraham Gua, de 37 anos, que se identificou como indígena maia poqomchí.
Pouco depois, a juíza Castellanos encerrou os debates e convocou as partes para ouvir o veredicto do tribunal às 15h30 locais (18h30 no horário de Brasília).
Os nove militares permanecem em prisão domiciliar, proibidos de sair do país.
Antes da audiência, cerca de 50 indígenas realizaram uma breve cerimônia maia, com flores e velas acesas, do lado de fora dos tribunais.
"Derramaram muito sangue"
O coronel Juan Chiroy, o sargento Edin Agustín e sete soldados são acusados de abrir fogo contra os manifestantes bloqueavam a rodovia Interamericana em protesto contra o aumento da tarifa de energia elétrica e com outras reivindicações sociais.
Seis homens da etnia maya k'iche' morreram na operação, que aconteceu sob o governo do presidente de direita Otto Pérez (2012-2015), condenado em 2022 a 16 anos de prisão por corrupção, no que os líderes indígenas descrevem como o primeiro massacre executado pelas forças de segurança após o fim da guerra civil (1960-1996).
Mais de 30 indígenas também ficaram feridos, mas os militares foram julgados apenas por lesões em 14 pessoas.
O massacre aconteceu em um local conhecido como 'Cume do Alaska' devido à altitude e ao clima frio no trecho da rodovia entre os departamentos de Totonicapán e Sololá, quase 100 km ao oeste da capital.
A última audiência foi aberta na manhã desta quarta-feira pela juíza presidente do tribunal, María Eugenia Castellanos, que anunciará a sentença durante a tarde.
"Meu pedido é que me absolva (...), porque o que vi nesta audiência é que eles não podem provar que cometi um crime", disse ao tribunal o soldado Abraham Gua, de 37 anos, que se identificou como indígena maia poqomchí.
Pouco depois, a juíza Castellanos encerrou os debates e convocou as partes para ouvir o veredicto do tribunal às 15h30 locais (18h30 no horário de Brasília).
Os nove militares permanecem em prisão domiciliar, proibidos de sair do país.
Antes da audiência, cerca de 50 indígenas realizaram uma breve cerimônia maia, com flores e velas acesas, do lado de fora dos tribunais.
"Derramaram muito sangue"
O julgamento começou em 15 de junho de 2023, após quase 11 anos de espera devido a recursos que atrasaram o processo, em um tribunal de casos de alto impacto na capital.
Os nove militares enfrentam acusações de "execução extrajudicial" e "tentativa de execução extrajudicial", pelos feridos, e podem receber penas de 20 a 50 anos de prisão.
"Não apago da minha memória tudo o que aconteceu, estamos sofrendo e o que queremos é justiça, (...) derramaram muito sangue", disse María Yax, de 45 anos, vestida com seu colorido traje regional.
O marido de Yax, José Puac, era um sapateiro de 33 anos que, junto com milhares de moradores locais, protestava contra o aumento das tarifas de eletricidade e outras demandas.
Os outros quatro mortos são Félix Sapón, Santos Hernández, Rafael Batz e Jesús Caxaj.
No julgamento, mais de 90 testemunhas foram ouvidas, a maioria moradores locais, cerca de 300 documentos foram apresentados e quase 30 perícias forenses foram executadas.
"Acreditamos que há provas suficientes" para uma sentença condenatória, disse a advogada Jovita Tzul, que representa as famílias das vítimas.
A defesa das vítimas deseja que o tribunal também ordene medidas de reparação e proíba os militares de reprimir manifestações.
Os nove militares enfrentam acusações de "execução extrajudicial" e "tentativa de execução extrajudicial", pelos feridos, e podem receber penas de 20 a 50 anos de prisão.
"Não apago da minha memória tudo o que aconteceu, estamos sofrendo e o que queremos é justiça, (...) derramaram muito sangue", disse María Yax, de 45 anos, vestida com seu colorido traje regional.
O marido de Yax, José Puac, era um sapateiro de 33 anos que, junto com milhares de moradores locais, protestava contra o aumento das tarifas de eletricidade e outras demandas.
Os outros quatro mortos são Félix Sapón, Santos Hernández, Rafael Batz e Jesús Caxaj.
No julgamento, mais de 90 testemunhas foram ouvidas, a maioria moradores locais, cerca de 300 documentos foram apresentados e quase 30 perícias forenses foram executadas.
"Acreditamos que há provas suficientes" para uma sentença condenatória, disse a advogada Jovita Tzul, que representa as famílias das vítimas.
A defesa das vítimas deseja que o tribunal também ordene medidas de reparação e proíba os militares de reprimir manifestações.
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