Publicado 01/03/2024 14:29
Em uma igreja à luz de velas em Moscou, os enlutados permaneceram em silêncio nesta sexta-feira (1º), ao redor do caixão do falecido opositor russo Alexei Navalny, e milhares de pessoas prestaram homenagem a ele do lado de fora.
Duas semanas após a sua morte em uma prisão do Ártico, a família de Navalny finalmente conseguiu se despedir dele. O discreto templo ortodoxo, localizado em um subúrbio tranquilo de Moscou, estava lotado e muitos ficaram do lado de fora.
Quando terminou o breve serviço fúnebre, o caixão foi imediatamente fechado, enquanto muitos gritavam: "Deixe-me dizer adeus, não feche!". Do lado de fora, as pessoas aplaudiram. Muitas choravam, segurando flores. Em frente ao cemitério onde foi sepultado, algumas gritavam: "Não te esqueceremos!" e "Perdoe-nos!".
A sua morte em uma colônia penitenciária de segurança máxima, acima do Círculo Polar Ártico, desencadeou o desespero entre os seus apoiadores, muitos deles jovens russos que viam em Navalny a sua melhor oportunidade para a mudança.
Mas esse desespero transformou-se em desafio nesta sexta-feira, apesar da forte presença policial e da preocupação com as detenções.
"Pessoas como ele não deveriam morrer", disse Anna à AFP, enquanto uma longa fila de milhares de pessoas começava a tomar as ruas a caminho da igreja. "Honesto. Com princípios. Disposto a arriscar tudo por tudo. Ele chegou ao fim", acrescentou.
O último herói
Duas semanas após a sua morte em uma prisão do Ártico, a família de Navalny finalmente conseguiu se despedir dele. O discreto templo ortodoxo, localizado em um subúrbio tranquilo de Moscou, estava lotado e muitos ficaram do lado de fora.
Quando terminou o breve serviço fúnebre, o caixão foi imediatamente fechado, enquanto muitos gritavam: "Deixe-me dizer adeus, não feche!". Do lado de fora, as pessoas aplaudiram. Muitas choravam, segurando flores. Em frente ao cemitério onde foi sepultado, algumas gritavam: "Não te esqueceremos!" e "Perdoe-nos!".
A sua morte em uma colônia penitenciária de segurança máxima, acima do Círculo Polar Ártico, desencadeou o desespero entre os seus apoiadores, muitos deles jovens russos que viam em Navalny a sua melhor oportunidade para a mudança.
Mas esse desespero transformou-se em desafio nesta sexta-feira, apesar da forte presença policial e da preocupação com as detenções.
"Pessoas como ele não deveriam morrer", disse Anna à AFP, enquanto uma longa fila de milhares de pessoas começava a tomar as ruas a caminho da igreja. "Honesto. Com princípios. Disposto a arriscar tudo por tudo. Ele chegou ao fim", acrescentou.
O último herói
Muitos dos participantes filmavam com os seus celulares, uma cena que lembra os comícios que Navalny organizava na capital apenas uma década atrás. "É uma forma de as pessoas acordarem e não ficarem em silêncio", disse Maxim, um médico de 37 anos.
Desde que o Kremlin lançou a sua intervenção militar em grande escala na Ucrânia, há pouco mais de dois anos, a dissidência pública é escassa. Dezenas de veículos e policiais patrulhavam o perímetro da igreja e do cemitério de Borisovo, que estava cercado por barreiras metálicas.
O Kremlin, que nega qualquer envolvimento na morte do opositor, alertou contra protestos "não autorizados" em torno do funeral.
Alguns dos participantes estavam com medo. A maioria disse que estava ali simplesmente para prestar homenagem. "Eu precisava estar aqui. Se não estivesse, não me perdoaria", disse Alena, uma arqueóloga de 22 anos.
"Eles me perguntaram: 'por que você está fazendo isso? A ideia está morta.' Mas a ideia não está morta. O homem está morto, mas a ideia viverá graças a nós, que estamos aqui", acrescentou.
Navalny, advogado de formação, alcançou milhões de seguidores devido ao cansaço com a política russa e à percepção da corrupção.
Alguns dos que compareceram nesta sexta-feira estavam indignados. Há um "ressentimento transbordante", disse Inessa, uma ex-advogada de 60 anos. "Vim porque era um herói, o último herói do nosso país", resumiu.
Desde que o Kremlin lançou a sua intervenção militar em grande escala na Ucrânia, há pouco mais de dois anos, a dissidência pública é escassa. Dezenas de veículos e policiais patrulhavam o perímetro da igreja e do cemitério de Borisovo, que estava cercado por barreiras metálicas.
O Kremlin, que nega qualquer envolvimento na morte do opositor, alertou contra protestos "não autorizados" em torno do funeral.
Alguns dos participantes estavam com medo. A maioria disse que estava ali simplesmente para prestar homenagem. "Eu precisava estar aqui. Se não estivesse, não me perdoaria", disse Alena, uma arqueóloga de 22 anos.
"Eles me perguntaram: 'por que você está fazendo isso? A ideia está morta.' Mas a ideia não está morta. O homem está morto, mas a ideia viverá graças a nós, que estamos aqui", acrescentou.
Navalny, advogado de formação, alcançou milhões de seguidores devido ao cansaço com a política russa e à percepção da corrupção.
Alguns dos que compareceram nesta sexta-feira estavam indignados. Há um "ressentimento transbordante", disse Inessa, uma ex-advogada de 60 anos. "Vim porque era um herói, o último herói do nosso país", resumiu.
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